São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Sem sucesso

LUIZ CAVERSAN

RIO DE JANEIRO - Teria sido muito bom se tivesse dado certo. Mas não deu. A idéia do delegado Hélio Luz, chefe da polícia do Rio, de criar uma elite de novos policiais para mudar a cara e o comportamento da corporação não teve êxito.
Jovens, adeptos de roupas modernas, celulares e jet-skis, esses novos policiais, concentrados principalmente na Delegacia Anti-Sequestro, que seria, então, uma espécie de laboratório da nova polícia, demonstraram rapidamente demais que de nova sua performance tinha muito pouco.
Dos chamados "golden boys" de Hélio Luz, dois estão envolvidos em tortura e morte de um preso, outro está suspenso por ter emprestado sua arma a um comerciante, outro foi afastado porque era inoperante e vazava informações. E pelo menos mais dois demonstraram ser um fracasso em ação.
Apesar de parcialmente frustrada, a tentativa de mudar o padrão de comportamento da polícia deve prosseguir. Mesmo porque não há outro caminho disponível para se operar as mudanças necessárias e conseguir torná-la eficiente e afastá-la da corrupção em que vive envolvida há anos.
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O governador Marcello Alencar foi buscar em Freud a explicação para o fato de viver às turras com o prefeito César Maia. Para o governador, Maia vê nele, Alencar, a figura do pai, e por isso o ataca como o filho rebelde que quer contestar a autoridade paterna.
Que família!
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Apesar de certo exagero e alguma maldade em seus argumentos, Jards Macalé foi ao ponto certo em artigo recente no "Jornal do Brasil". Chega de homenagens a Tom Jobim. Boa idéia. Afinal, nada homenageia mais a memória do maestro que a permanência eterna de todas as belezas que compôs.
Muito mais eficientes do que shows de cachês milionários.

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