São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996 |
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Empréstimo da Finame fica fora da securitização
SHIRLEY EMERICK
Os produtores têm tido dificuldades para renegociar as dívidas, principalmente com os bancos privados Bradesco e Itaú e com os bancos estaduais do Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul. Nas agências, os gerentes alegam que os financiamentos feitos pela Finame não estão incluídos no acordo feito pelo governo com a bancada ruralista (parlamentares ligados à agricultura). Segundo esse acordo, o governo autorizou os bancos a repassar R$ 7 bilhões da dívida agrícola para o Tesouro Nacional. Os bancos terão de renegociar a dívida com os produtores em até dez anos, com dois anos de carência. As taxas de juros fixadas são de 3% reais ao ano, sendo que o agricultor pode pagar em produto. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que coordena o programa agrícola da Finame, comunicou aos bancos a inclusão desse financiamento na securitização no início de dezembro. Foram emitidas três cartas circulares para explicar que os agentes financeiros seriam obrigados a renegociar os créditos atrasados. Os recursos da Finame são para compra de tratores e máquinas agrícolas. Em 1995, o Banco do Brasil reservou mais de R$ 100 milhões para esses empréstimos. Na Central de Atendimento ao Agricultor, do Ministério da Agricultura, 90% das chamadas recebidas no ano passado foram sobre dúvidas da securitização. O técnico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) à disposição da central, Mário César Luz Ferreira, disse que os bancos ainda não informaram às agências a autorização do BNDES. Segundo ele, os gerentes estão preocupados em rever os empréstimos em atraso e estão forçando a negociação com os produtores. "Os gerentes estão preocupados em fazer fluxo de caixa e pressionam a renegociação", afirmou. Os agricultores que quiserem participar da securitização não devem assinar contrato com os bancos. O produtor deve procurar, até o próximo dia 31, a agência na qual fez o endividamento e se inscrever na securitização. O pagamento das parcelas de novembro, dezembro e janeiro está suspenso até 2 de fevereiro, quando o governo divulga novos procedimentos. Texto Anterior: Governo busca alternativas Próximo Texto: Interventor do Econômico pede demissão Índice |
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