São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Interventor do Econômico pede demissão

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA

O interventor do Banco Central no Banco Econômico, Francisco Salles Barbosa, pediu demissão na noite de ontem.
O Econômico está sob intervenção do Banco Central desde 11 de agosto de 1995. Na sexta-feira passada, o Excel Banco anunciou a compra da instituição baiana.
Segundo o "Fantástico", da Rede Globo, Barbosa mandou carta ao presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, dizendo que sai porque o seu trabalho foi concluído com a venda do Banco Econômico na semana passada.
O pedido de demissão de Barbosa pode atrasar a entrada dos técnicos do Excel no Econômico, afirmou à Folha João Rabello, vice-presidente do Excel.
Segundo ele, o Excel estava planejando iniciar os trabalhos de transição amanhã ou na quarta.
"A transição depende dos interventores. Se a demissão for confirmada, a velocidade do processo dependerá do substituto. Esperamos que não seja um empecilho."
Na quinta-feira, uma sindicância do Banco Central não apontou culpados na diretoria do BC pelo vazamento de informações da chamada pasta rosa, que trazia documentos de financiamentos de campanhas eleitorais pelo Econômico.
A partir do relatório, as suspeitas de vazamento passaram a recair sobre o interventor.
O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse ontem à noite acreditar que o pedido de demissão de Barbosa tenha sido motivado pelo caso da pasta rosa.
"A corda sempre estoura do lado mais fraco", disse ACM à Agência Folha.
"Não é provável que Barbosa tenha vazado essas informações. A pasta foi divulgada após os diretores do BC terem tomado conhecimento dela. Isso mostra que a diretoria do Econômico não deve ter vazado nada", afirmou o senador, que fez uma ressalva: "Não estou afirmando nada, não estou acusando ninguém pelo vazamento".
A Folha tentou ouvir o presidente do BC, Gustavo Loyola, e o diretor de Política Monetária do BC, Alkimar Moura, mas não foram localizados.
ACM afirmou que não espera grandes mudanças no processo de compra do Econômico pelo Excel.
"Foi um processo duro de negociação com a diretoria do BC, e o negócio já está consolidado."
O senador disse que ficou sabendo do pedido de demissão ontem, pela imprensa. ACM não quis fazer comentários sobre a gestão de Barbosa no Econômico.

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