São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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PAS tem plantão calmo no fim-de-semana

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento do hospital de Pirituba foi normal ontem, sétimo dia desde a implantação do PAS (Plano de Assistência à Saúde).
Foram registrados dois óbitos, um de um paciente que já estava internado desde o dia 12 de dezembro e outro de um diabético que chegou na madrugada do sábado, com uma forte crise.
Com isso, subiu para 19 o número de óbitos no hospital desde que o plano foi implantado, no último dia 1º, até as 17h de ontem.
O plantão de sábado para domingo contou com onze médicos, e o de domingo, com 15. O mínimo proposto pela TLP (Tabela de Lotação de Hospital) é 11, segundo o diretor do hospital, o ortopedista Alex Quizani. "Fizemos plantão com o mínimo, de ontem para hoje (domingo), mas ninguém deixou de ser atendido."
O vice-presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, que se opõe à implantação do plano), Henrique Carlos Gonçalves, disse que a TLP mínima proposta são 23 médicos. "Antes os plantões eram feitos com mais médicos."
Segundo Quizani, esses médicos a mais eram os que iam só para bater ponto. "Tinha mais gente, mas trabalhando menos", diz.
Desde o dia 1º de janeiro, quando o plano foi colocado em prática, até ontem, foram atendidas 2.068 pessoas, ou uma média de cerca de 300 por dia. Na semana anterior à da implantação do PAS, o hospital atendeu 1.869 pacientes.
"Tinha gente querendo o fracasso do plano", diz Alex Quizani. "Muitos pacientes eram removidos para cá praticamente mortos." Segundo Quizani, o número de mortos/dia abaixou quando eles passaram a registrar o local de procedência das ambulâncias.
Os dois mortos de ontem foram José Machado de Paiva, 65, que estava internado desde dezembro, com problemas renais, e Paulo Roberto Silva, que era diabético e ingeriu 20 litros de refrigerante.
O vice-presidente do Cremesp esteve sábado no hospital e levantou o número de óbitos da última semana. Ele levou a lista, com a causa da morte, para averiguar se houve falta de atendimento.
Henrique disse que os funcionários contratados pela cooperativa não têm experiência para trabalhar naquele hospital, e por isso podem não estar dando o atendimento adequado a quem chega. "Se você remover mais da metade de uma equipe do Hospital das Clínicas, por exemplo, e substituir por gente recém-contratada, certamente não vai ter o mesmo rendimento."
O diretor da Regional 8 (Pirituba-Perus), César Augusto Fonseca, e o diretor do módulo de atendimento Pirituba-Perus, Jairo Ramos, adiantaram que as próximas regionais a funcionarem segundo o PAS devem ser a 1 (centro), a 9 (Santo Amaro e Parelheiros) e a 10 (Campo Limpo).
Eles disseram que a Secretaria Municipal da Saúde deve fazer o anúncio em quinze dias.

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