São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996 |
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Querer adivinhar é receita para errar
MARCELO FROMER; NANDO REIS
Depois de exaustivas retrospectivas, é chegada a hora das perspectivas e expectativas para mais um ano de futebol. Os times se armaram como puderam e ainda poderemos ter algumas surpresas, mas basicamente já podemos saber como cada equipe vem para este ano. Vamos por parte: a grande sensação paulista de 95 foi o Santos, e parece que, em termos gerais, será mantida a tal política do pé no chão. O mais importante é que conseguiram segurar Giovanni em seus domínios, coisa dificílima hoje em dia. Esse era um típico caso em que, depois do que fez no Brasileiro, o jogador fosse vendido para fora. Talvez tenham faltado algumas apresentações fora do país atuando pela seleção para facilitar uma eventual transferência, assim como ocorreu com Juninho e Roberto Carlos naquele torneio na Inglaterra. Mas que se preparem os santistas porque provavelmente este será o último ano que o fenômeno servirá ao time praiano. Mantendo a maioria de seus jogadores, o Santos é candidato. Mas é preciso mantê-lo. Os destaques ficam por conta de Edinho, que evoluiu um bocado, e Narciso, que definiu sua condição de craque. Jamelli e Camanducaia devem infernizar. O São Paulo, muitos dizem, com a reconstrução do Morumbi e, por isso mesmo, sem grandes recursos, pode ter que aguardar mais um tempo no acostamento. Mas parece que há algo a mais que o fato de o Morumbi estar sendo reformado, porque mesmo assim, com os jogadores que o São Paulo mantém, o time deveria jogar mais bola. Tá certo que, em menos de um ano, o São Paulo, se não bastasse a irreparável perda de Leonardo, em 95 vendeu suas duas melhores revelações -Juninho e Caio. Mas um time que ainda conta com a segurança de Zetti, André, o lateral, o veloz Almir e, agora, o excelente Valdir e mais alguns reforços deve atuar com mais firmeza, se o técnico Telê Santana optar em breve por um eventual time titular. O Palmeiras, e principalmente os palmeirenses, não têm o que reclamar. Mesmo sem Antônio Carlos, o xerife da zaga verde, e com os dois bugrinos recém contratados, Djalminha e Luizão, e mais Muller, Amaral e Rivaldo, que neste ano deve arrebentar, só não chegará lá se o exigente demais Luxemburgo não mantiver a calma e a serenidade de antigamente. O Palmeiras no papel é a grande esquadra da competição. O Corinthians foi buscar de volta o gigante de ébano Bernardão, tão importante nas conquistas do primeiros semestre de 95, e ainda conta com Ronaldo, Célio Silva, Zé Elias, Souza, Marcelinho e Edmundo, que devem causar bons estragos em defesas mais desavisadas. Tudo se Eduardo conseguir adaptar o incorrigível Edmundo e torná-lo menos egoísta em todos os sentidos. Se engrenar, sai de baixo. Valdir Espinosa terá de se desdobrar para fazer a Lusa brilhar, como fez quando da direção de Candinho. Quanto aos times do interior, todo cuidado é pouco, mas, se tivéssemos que arriscar um palpite, não o faríamos por um único e simples motivo: de nada adiantaria. Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs Texto Anterior: Corinthians exige hoje resposta de Marques Próximo Texto: Renovações contratuais preocupam Palmeiras Índice |
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