São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996 |
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TV Cultura lança parceria com cinema
ELVIS CESAR BONASSA
O dinheiro sai do orçamento da Secretaria de Estado da Cultura, com quem a TV Cultura assina convênio hoje, às 15h30, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. O documento terá validade de cinco anos, renovável por igual prazo. O montante de recursos será estipulado ano a ano. O programa vale apenas para cineastas paulistas, em filmagens realizadas no Estado de São Paulo. Parte da verba será obrigatoriamente destinada à realização de filmes em curta-metragem. A TV se responsabilizará pela distribuição, divulgação e comercialização no Brasil e no exterior. Além disso, vai incluir as fitas em sua programação normal, na forma original de filme ou transformadas em minisséries. Marcos Mendonça, secretário de Estado da Cultura, acredita que a TV vai garantir mercado para os filmes. "Há hoje uma dificuldade enorme de distribuição de filmes. A TV Cultura vai negociar isso", afirma o secretário Mendonça. Para obter a receptividade das salas comerciais e convencê-las a exibir os filmes que serão fruto da parceria, a TV assume a responsabilidade pela divulgação. Vai fazer isso usando seus próprios meios: põe no ar publicidade e making of das produções, para levar o público ao cinema. A TV também entra na negociação com patrocinadores. Oferece, para eles, a garantia que o filme será inserido em sua programação, assegurando público e, com isso, exposição da marca do patrocinador. A exibição em TV será posterior ao período em que o filme estiver comercialmente em cartaz. O projeto, ao qual a Folha teve acesso, prevê a atração de "investidores associados, como co-produtores e patrocinadores". A atração de outros financiadores é um ponto fundamental para o sucesso do programa, já que os R$ 4,4 milhões seriam insuficientes para bancar, sozinhos, mais do que três ou quatro produções. "O dinheiro é pouco, mas qualquer porta que se abre é importante. Nesse caso, a TV Cultura vai instituir um modelo de parceria que deve se estender para outras TVs", opina o diretor paulista Carlos Reichenbach. Outra forma de atuação da TV Cultura será por meio de acordos com TVs de outros países, para exportar filmes brasileiros. Tais acordos podem prever a contrapartida de exibição, na TV Cultura, de filmes estrangeiros. Também com o objetivo de atrair recursos, a Cultura tentará trazer as TVs estrangeiras para atuarem como co-produtoras dos filmes nacionais que integrarem o programa de parceria. Os planos incluem ainda a produção e distribuição de vídeos. "Vamos usar todas as possibilidades da parceria entre cinema e televisão", diz Mendonça. A primeira etapa do projeto -auxílio para conclusão de trabalhos já em andamento- entra imediatamente em vigor, segundo o secretário. A segunda etapa -co-produção de novos filmes- precisará esperar regulamentação e deve começar em março. Serão definidos critérios públicos para a co-produção e abertas inscrições aos interessados. Uma comissão fará análise das propostas e a decisão final caberá à TV e à Secretaria da Cultura. Segundo Mendonça, não será preciso criar uma comissão específica. A secretaria já dispõe de uma comissão de cinema, composta por representantes de diversas áreas da produção cinematográfica. O programa definirá um teto máximo de participação da TV Cultura na produção. O valor em discussão, na sexta-feira, quando o projeto estava sendo concluído, era de R$ 600 mil. Texto Anterior: Há cem anos morria poeta Paul Verlaine; Poloneses não querem filmar vida de Walesa; Mijalkov renuncia a cargo de deputado; Ator Paul Lipson morre em Nova York aos 82 Próximo Texto: Roberto Rosselini é o modelo Índice |
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