São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Arafat acusa Israel pelo assassinato de terrorista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder palestino Iasser Arafat acusou Israel pela morte na sexta-feira de Iahia Aiash, "O Engenheiro", especialista em bombas do Hamas (Movimento de Resistência Islâmico), e disse que a morte quebrava os acordos de paz.
"Fizemos a paz dos bravos. Estamos dedicados a ela. Conclamamos o outro lado a não violar a paz, entrando no território palestino em Gaza para matar e assassinar o combatente, o mártir, Iahia Aiach. Isso viola o acordo anterior. Pedimos a eles (os israelenses) que parem de fazer incursões no território palestino", disse.
Israel, que responsabilizava Aiach por uma série de explosões de bombas suicidas e pela morte de cerca de 80 pessoas, aprovou sua morte, mas recusou confirmar ou negar participação nela.
O chefe da Jihad (Guerra Santa) Islâmica, Ramadan Abdallah Challah, ameaçou vingar de forma "dolorosa" o assassinato.
"A Jihad reagirá ao crimes do inimigo sionista", afirmou Challah. Depois ele disse que a reação da Jihad Islâmica "será dolorosa".
Challah acusou a Autoridade Nacional Palestina, dirigida por Arafat, de "dividir a responsabilidade pelo assassinato" e acrescentou que "participar das eleições palestinas", em 20 de janeiro, significaria "participar do assassinato de Aiach e de todos os mártires".
O Hamas pediu que Arafat devolva as armas confiscadas de seu braço militar, dizendo que a morte de Aiiash interrompeu a moratória de ataques armados contra Israel.
O Exército israelense ordenou o fechamento das fronteiras com as áreas palestinas no sábado, suspendeu as patrulhas que fazia junto com os palestinos nas áreas sob controle deles e colocou os soldados da região em alerta máximo.
A intenção é prevenir ataques de vingança contra alvos israelenses, mas isso impedirá milhares de palestinos de chegar ao trabalho em Israel. Milhares de palestinos compareceram ao funeral de Aiash, no sábado em Gaza, e pediram vingança contra Israel.
As investigações iniciais revelaram que Aiach morreu imediatamente após a explosão de seu telefone celular.
Representantes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) disseram que a polícia prendeu um homem suspeito de entregar o telefone a Aiach. Foram presos outros 16 suspeitos.
Hamad, filho do proprietário da casa que Aiach alugava, formulou essas declarações depois de ser interrogado pela polícia palestina como suspeito do crime.
Ao ser libertado, Osama disse que seu tio Kamal cortou a linha telefônica da casa para que Aiach fosse forçado a usar o telefone celular que lhe havia dado antes.

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