São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Coalizão japonesa deve eleger premiê na 5ª

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A coalizão governista do Japão chegou a uma plataforma de ação política ontem e abriu o caminho para o ministro do Comércio, Ryutaro Hashimoto, tornar-se primeiro-ministro, em votação na próxima quinta-feira.
O premiê anterior, Tomiichi Murayama, renunciou na sexta-feira, afirmando que saía para que fosse formado um novo governo com Hashimoto como premiê.
O Partido Liberal Democrático (centro-direita), de Hashimoto, o Partido Socialista (centro-esquerda), de Murayama, e o Sakigake, do ministro das Finanças, Masayoshi Takemura, anunciaram ontem o programa do novo governo.
"Vamos indicar Hashimoto em um encontro de líderes dos três partidos na segunda-feira (hoje)", disse o secretário-geral do PLD, Koichi Kato.
Com o acordo, fica totalmente descartada a convocação de eleições para substituir Murayama.
Hashimoto, 58, deve ser formalmente nomeado premiê em uma sessão especial do Parlamento na quinta-feira. A coalizão governista, formada em junho de 1994, tem ampla maioria nas duas casas do Parlamento japonês.
Um dos pontos no novo programa aprovado pelos três partidos determina que o número de bases dos EUA no país seja reduzido.
O projeto ocorre durante o julgamento de três militares americanos de uma dessas bases em Okinawa pelo estupro de uma estudante japonesa de 12 anos.
O plano também trata das sete financiadoras do país, que estão próximas da falência.
O ex-premiê Murayama havia reconhecido que as críticas ao uso do dinheiro público para ajudá-las foram um dos motivos que levaram à sua renúncia.
Foi decidido que as responsabilidades no caso serão apuradas, que o Ministério das Finanças terá maior controle sobre as operações das financiadoras e que serão criados novos meios de fiscalizá-las.
O partido Shinshito (oposição) pode não ficar satisfeito com essa resposta e boicotar o Parlamento para a aprovação do Orçamento 1996/1997. O boicote obrigaria o governo a convocar eleições.
A coalizão também decidiu aproximar o Japão da Coréia do Norte e estudar novas relações entre os políticos e os religiosos.
Vários políticos japoneses têm relações com seitas. Uma delas, a Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade), foi responsabilizada por ataque no metrô de Tóquio em março que deixou 12 mortos e mais de 5.000 intoxicados.
A repressão a seitas e, especificamente, à Aum Shirikyo foi um dos principais problemas enfrentados por Murayama.
Ele também foi acusado de reagir com lentidão depois do terremoto de Kobe, que deixou mais de 5.000 mortos em janeiro de 1995.
Murayama foi o primeiro premiê socialista em 43 anos de domínio do PLD, que agora deve voltar ao poder.

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