São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996 |
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MIS expõe tesouros do patrimônio cultural
PAULO CAMARGO
A mostra reúne pinturas, esculturas, peças de vestuário e objetos, que traçam um vasto painel da cultura brasileira a partir do século 18. Segundo o diretor de produção da exposição, Affonso Drumon, a mostra sofreu mudanças desde a sua concepção, há dois anos. As obras de cada museu ocupavam espaços próprios nas salas de exposição do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, onde "Tesouros do Patrimônio" foi inaugurada em dezembro de 1994. A exposição que chega ao MIS é bastante diferente da que foi vista no Rio. Já exibida em Brasília, no Museu de Arte, e em Fortaleza, no Centro Cultural da Abolição, a mostra atual tenta escapar do convencional. Em setembro de 1995, a arquiteta Gisela Magalhães foi contratada pelo Iphan, instituição subordinada ao Ministério da Cultura, para conceber o novo projeto da exposição. "As obras não estão mais organizadas de acordo com o seus museus de origem, nem respeitam uma ordem cronológica ou estilística. Elas dialogam umas com as outras", disse Drumon. Traje de gala Um exemplo desta tentativa de fuga da obviedade é a união, num mesmo espaço da mostra, de um traje de gala da princesa Isabel e roupas da rainha do maracatu cearense. "É uma maneira de questionar o que é cultura popular e o que não é", afirmou Drumon. Ainda dentro da idéia de oferecer ao visitante uma visão mais ampla do que é patrimônio cultural, a exposição inclui a exibição de algumas produções em vídeo. Um dos filmes documenta toda a reforma da Igreja da Glória, no Rio, supervisionada pelo arquiteto Lúcio Costa. Outro mostra o paisagista Burle Marx na sua casa em situações triviais, falando a respeito de seu trabalho. "Tesouros do Patrimônio" traz vários momentos das artes plásticas no Brasil. Há desde a escultura "Pastor Ajoelhado", do barroco Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), até obras de artistas contemporâneos, como Iberê Camargo (1914-1994) e Lygia Clark (1920-1988). Uma atração à parte é a coleção de paisagens atribuídas ao pintor setecentista carioca Leandro Joaquim (1738-1798), de quem se sabe muito pouco. São seis painéis elípticos que lhe foram encomendados pelo Vice-Rei D. Luís Vasconcelos e Sousa para decorar o interior de um dos pavilhões do antigo Passeio Público. Os painéis hoje fazem parte dos acervos dos museus Histórico Nacional e Nacional de Belas Artes, no Rio. Exposição: Tesouros do Patrimônio Quando: de 15 de janeiro a 11 de fevereiro Horário: de ter a dom, das 14h às 22h Onde: Museu da Imagem e do Som (Av. Europa, 158. tel. 011/853-1498) Entrada: franca Texto Anterior: Mr. Bean devolve genialidade à comédia Próximo Texto: MuBE mostra acervo do governo do Estado Índice |
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