São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Lavagem do Bonfim atrai 700 mil pessoas na Bahia

Festa é a segunda maior do Estado, depois do Carnaval

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 700 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram ontem em Salvador (BA) da Lavagem do Bonfim, considerada a segunda maior festa popular da Bahia depois do Carnaval.
A parte religiosa da festa começou por volta das 10h. Cerca de 300 baianas, vestindo turbantes e vestidos compridos brancos e carregando jarros com água-de-cheiro na cabeça, saíram da frente da igreja da Conceição da Praia.
Acompanhadas por cavaleiros e milhares de fiéis, as baianas, praticantes do candomblé, percorreram um trajeto de 8 km. Por volta das 12h, chegaram à catedral do Nosso Senhor do Bonfim, onde ocorreu a lavagem das escadarias e da entrada da igreja.
Após a lavagem com água perfumada, começou a parte profana da festa, com 50 trios elétricos. A polícia interditou ruas e desviou o trânsito.
A entrada principal da catedral foi fechada por uma grade de ferro, para evitar transtornos na igreja. "Hoje, a Lavagem do Bonfim está perdendo seu caráter religioso. Como é que a igreja pode abrir as portas para ser invadida por bêbados e foliões?", indagou Caetano Silva, decorador e assistente da igreja do Nosso Senhor do Bonfim.
Participaram da festa o governador do Estado, Paulo Souto (PFL), a prefeita de Salvador, Lídice da Mata (PSDB), além de artistas, como Caetano Veloso e o cantor Netinho.
O tenente Marcos Antonio de Oliveira, um dos responsáveis pelo policiamento, que envolveu 2.491 homens, disse que dois tipos de públicos participam da Lavagem do Bonfim, que desde 1745 é realizada em Salvador.
"Existem os fiéis, que participam da procissão sem baderna, e tem gente que só vai para tomar cachaça e sair atrás dos trios elétricos. Esses não passam nem na frente da igreja", disse.

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