São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Inflação acelera em 96 e surpreende

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A primeira taxa de inflação de 1996 mostra ritmo acelerado e assusta até os técnicos da Fipe.
Nos últimos 30 dias terminados em 7 de janeiro, os preços em São Paulo subiram, em média, 1,67% em relação aos 30 dias imediatamente anteriores.
Esta taxa supera em 0,46 ponto a de dezembro (1,21%) e atinge o maior patamar das últimas 18 semanas, conforme dados divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
A primeira prévia de janeiro do IGP-M, divulgada na quarta, mas com pesquisa de dados encerrada no final de dezembro, também mostrou forte aceleração. A taxa subiu de 0,95% (0,32% na primeira prévia de dezembro).
Com a aceleração deste início de ano, Juarez Rizzieri, presidente da entidade, refez as projeções para janeiro. A previsão anterior era de taxa de 1,6%, abaixo da registrada já na primeira semana.
Agora, o economista prevê taxa pouco acima de 2% para o mês e 1% em fevereiro. Para 96, Rizzieri mantém projeção de 15% a 17%.
A puxada da inflação já era esperada, mas os alimentos subiram mais do que o previsto. Os paulistanos pagaram, em média, 0,93% mais pelos alimentos na primeira quadrissemana do mês, contra reajuste de 0,32% em dezembro.
A alta no setor foi generalizada. Os alimentos semi-elaborados, devido ao aumento de 23,4% do feijão, lideraram, com reajuste médio de 1,65%.
A primeira semana de janeiro mostrou pressão na taxa em todos os setores pesquisados pela Fipe, à exceção de transportes.
Além dos alimentos, as principais pressões vieram de luz (7,22%) e telefones (33,72%). Remédios e produtos farmacêuticos (7,35%) e os custos de recreação e de cultura também forçaram a alta.

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