São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Motta fala em juro de 12% para 96

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) disse ontem que o governo trabalha com a perspectiva de juros médios reais (acima de inflação) de 12% para este ano.
Oficialmente, os ministérios da Fazenda e do Planejamento trabalham com a hipótese de juros reais de 25% para 1996.
Para o ministro, a política de juros altos é hoje o maior problema do país. Ele afirmou ainda que o presidente Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro a reconhecer que hoje essa política "prejudica" a atividade econômica.
Motta disse que a equipe econômica sabe que os altos juros estão prejudicando principalmente os pequenos produtores e industriais.
"Há um consenso disso na equipe e a definição de uma nova política para este ano. É só acompanhar os juros e perceber que eles começam a decrescer", afirmou.
As declarações foram feitas na posse do novo presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), Amilcar Gazaniga.
Motta disse que o cenário para 96 é "extremamente favorável". "Vemos a população de baixa renda ter um aumento real de cerca de 37% em sua renda."
Para o ministro, a explosão do consumo de produtos populares, no final de 95, também é indicativo do sucesso do Plano Real.
Ele disse que o sacrifício de uma parcela da classe média é o preço para se chegar a uma sociedade mais justa, mais equitativa.
A nova fase da economia, de acordo com Motta, é a da consolidação da estabilização da moeda. Ele citou dados do IBGE, que demonstram que 78% das famílias brasileiras têm renda inferior a R$ 300. "Nossa distribuição de renda hoje é irracional", disse.
Outra área, foco de problemas, na avaliação do ministro, é a agrícola. Ele afirmou que o governo "tem consciência" das dificuldades no setor e que a solução é traçar um novo perfil de atuação, que chamou de "fazejamento".

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sobre juros na página 3-4

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