São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Psicologia é arma do vôlei de praia para a Olimpíada

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A perspectiva de disputar as primeiras medalhas nos torneios de vôlei de praia na história dos Jogos Olímpicos já começa a pressionar as duplas brasileiras classificadas.
Com as vagas garantidas nas competições feminina e masculina, Jacqueline/Sandra, Mônica/Adriana, Franco/Roberto Lopes e Zé Marco/Emanuel se voltam agora para preparações física e mental.
Em reunião feita no fim de 95, com Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), as jogadoras Jacqueline e Sandra tocaram no ponto nevrálgico da questão.
"Nós, latino-americanos, somos muito emocionais, ao contrário dos norte-americanos e europeus, que são mais frios. Por isso, precisamos aprender a superar nossas emoções e jogar mesmo quando o placar estiver desfavorável", analisa Jacqueline.
Depois de atravessar um período de crise com a parceira Sandra no segundo semestre -Jacqueline se recusa a dizer qual o motivo-, a jogadora acredita que a contratação de um psicólogo pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) pode ajudar as quatro duplas.
Para Franco, que forma com Roberto Lopes a dupla número um do Circuito Mundial da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), a perspectiva de trazer uma medalha de Atlanta para o Brasil não é "conversa fiada".
"Temos chance de chegar ao pódio em Atlanta. Estamos bem de cabeça, mas acredito que a ajuda de um psicólogo seria positivo", diz o jogador, que pretende desembarcar em Atlanta "pelo menos 15 dias" antes da competição.
Jacqueline, número um do mundo ao lado de Sandra, diz estar consciente da força da dupla.
Mesmo assim, ela aponta como favoritas ao ouro olímpico as norte-americanas Nancy Reno e Holly McPeak, atuais número dois do ranking mundial.
Segundo Fernando Tovar, 55, coordenador de vôlei da praia da CBV, a programação da entidade para as quatro duplas prevê um período de adaptação nos EUA.
A entidade planeja alugar uma casa em Atlanta, destinada a receber os atletas, pelo menos 15 dias antes de a Olimpíada começar.
A intenção da CBV é fazer com que os atletas brasileiros se adaptem ao clima de Atlanta, cuja temperatura média no mês de julho atinge 27 graus Celsius.
Segundo Franco, que, no ano passado esteve em Atlanta visitando o local onde serão instaladas as quadras de vôlei de praia, a cidade é muito quente.
"Os organizadores escolheram a beira de um lago para erguer as quadras para aproveitar a brisa do lugar. Mesmo assim, dentro da quadra, vamos enfrentar temperaturas que podem atingir 45 graus", prevê o jogador brasileiro.

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