São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996 |
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Intrépida Trupe traz acrobacias a SP
MÔNICA MAIA
Pioneiros na colagem de circo, teatro e dança, os nove artistas dão um show com acrobacias, trapézios, pernas-de-pau e atrações pirotécnicas costuradas com refinada linguagem visual. "O circo está associado com lona. Não temos essa propriedade. Antes era o teatro que ia para o circo. Hoje o nosso circo vai ao teatro", diz Wanda Jacques, uma das criadoras da Intrépida, que tem colaboradores como o cenógrafo Gringo Cardia e a coreógrafa Débora Colker, desde a fundação do grupo. A marca desses colaboradores conjugada com as técnicas de acrobacia e teatro caracterizam os espetáculos. "As atrações mais marcantes de nossa trajetória são 'A Praia', 'ARN' e 'Avenida Paulista' porque mostram esta mistura de técnicas", diz Claudio Baltar. Em clima de filmes da sessão da tarde, a atração de "A Praia" são os truques em trapézio e acrobacias com pirâmides humanas. "Avenida Paulista" combina sequências teatrais com números de capoeira. "ARN" é tida como a atração mais ousada. Inclui figuras inspiradas em lutadores em vôos sobre a platéia e cenas de alpinismo. Os artistas Beth Martins, Claudio Baltar, Dani Lima, Fabio Florentino, Felipe Rocha, Geraldim Miranda, Rico Ozon e Wanda Jacques têm formações diversas. Wanda Jacques é a "volante" -a acrobata que "voa". Fabio Florentino se especializou em números de perna-de-pau. Rico Ozon é filho dos professores Ozon, trapezistas e acrobatas da Escola de Circo do Rio. Todos misturaram habilidades como dança ou capoeira com a formação da Escola de Circo. "Espetáculos de grupos de dança como La La La Human Steps e o Momix influenciam nossos números. O Momix sempre nos encantou com acrobacias e a linguagem visual. Ano passado abrimos o espetáculos deles, no Metropolitan do Rio", afirma a bailarina Dani Lima. Festejado por Caetano Veloso na letra da música "Fora da Ordem", o grupo inaugurou o circo contemporâneo brasileiro. A Intrépida Trupe ficou famosa em 1986, quando se apresentou no México, na Copa do Mundo. Depois disso, eles passaram a se apresentar em teatros, circos, shows de rua, convenções e em festivais circenses no exterior. O grupo foi premiado no "XII Festival Mondial du Cirque de Demain", em Paris, em 1989. A Intrépida Trupe começa seu show já nos bastidores dos teatros e casas de shows em que se apresenta. Nos bastidores a cenotécnica é parte do show. Cabos, cordas e preparação dos palcos são tarefa dos artistas. "Confeccionar o circo é fundamental", diz Wanda Jacques, diretora técnica. Participação fixa em programas de televisão seria o próximo desafio da trupe. "Já fizemos quase de tudo. Poderíamos fazer um programa infantil. A Xuxa já se esgotou. A Intrépida pode trazer aventura e energia", diz Claudio Baltar. "Queria ter um quadro no 'Fantástico' sobre o novo circo brasileiro. Tem tanta coisa como a Escola Picadeiro, de São Paulo. Vamos fazer um encontro em julho. Queremos chamar o Antonio Nóbrega, para falar de circo, Breno Moroni e amigos circenses", diz Wanda Jaques. Espetáculo: Intrépida Trupe Estréia: dia 13, às 18h; sábados e domingos, até dia 28, sempre às 18h Onde: Palace (al. dos Jamaris, 213, Moema, tel. 011/531-4900) Ingressos: de R$ 8 a R$ 23 Texto Anterior: Filmes brasileiros têm mostra na Alemanha Próximo Texto: Bomba! Descobri uma quenga workaholic! Índice |
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