São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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SBPC vê superfaturamento no Sivam

DA REPORTAGEM LOCAL

Levantamento realizado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) concluiu que o custo do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) previsto pelo governo Fernando Henrique Cardoso está 51% acima dos preços praticados pelo mercado.
A pedido do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), a entidade fez uma avaliação comparando os custos previstos pelo governo com os preços praticados por empresas nacionais e estrangeiras.
A entidade concluiu que o custo total do Sivam seria de, no máximo, US$ 925 milhões. O projeto está orçado em US$ 1,4 bilhão. A pesquisa abrangeu 23 empresas nos EUA, França, Suíça e Brasil.
A Raytheon foi a empresa escolhida pelo governo brasileiro, sem licitação, para instalar o sistema.
Segundo Luiz Carlos Miranda, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), designado pela direção da SBPC para comentar o levantamento, foram analisados separadamente os custos de cada item do projeto e constatado "exagero em alguns gastos".
"Há alguns itens cujos preços não estão fora da realidade, mas o custo total (do projeto) está exagerado." Entre os itens nos quais a entidade constatou maior variação de preços está o "subsistema logístico", que inclui aeronaves e instalação de equipamentos.
Pelo contrato com a Raytheon, esse item do projeto seria implantado por um custo de US$ 228 milhões. Pela pesquisa da SBPC, o valor seria de US$ 80 milhões.
O mesmo ocorre com o o item "integração e serviços complementares". Pelo contrato com a empresa norte-americana, seriam destinados US$ 170 milhões, contra US$ 70 milhões estimados pela SBPC.
Para implantar o sistema, o governo brasileiro conta com um empréstimo externo de US$ 1,4 bilhão.

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