São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996 |
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Família sai de dentro de ponte e vai para galpão
ROGERIO WASSERMANN; BETINA BERNARDES
A família, de 14 pessoas, foi levada para um galpão do depósito da Administração Regional do Butantã, no quilômetro 14,5 da rodovia Raposo Tavares. "A assistente social perguntou se queríamos vir para cá e nós concordamos. Aqui é melhor para a gente", disse Cícera. Segundo ela, a assistente, cujo nome não sabe, prometeu deixá-los no galpão até a próxima quarta. "Depois disso, ela disse que iam pagar nossa passagem." A Casa (instituição de assistência social do município de São Paulo) prometeu ontem comprar passagens para a família de Cícera voltar para Mossoró (RN), de onde saiu há um ano e meio. Segundo Silvia Soares, supervisora da Secretaria do Bem-Estar Social na região do Butantã, a família deve viajar até a próxima quarta ou quinta-feira. "Nosso maior problema agora é encontrar passagens, porque a procura nesta época é muito grande. Mas assim que for possível eles voltam para Mossoró", disse. Cícera pretendia juntar o dinheiro necessário para as passagens até o final do mês. Os filhos e os sobrinhos dela trabalhavam vendendo balas dentro de ônibus. Apenas a família de Cícera ocupa o galpão, que tem luz elétrica, torneiras com água encanada, um chuveiro e dois vasos sanitários. Manutenção O vão em que a família de Cícera morava é utilizado para a manutenção da ponte. O alçapão que protege a entrada do vão foi retirado pela família de Cícera. Segundo Taliba, o alçapão é mantido para facilitar o acesso. "Na ponte Ari Torres não havia o alçapão e tivemos de quebrar o concreto para fazer a manutenção. Ninguém vai imaginar que alguém pode morar ali dentro", disse. (Rogerio Wassermann e Betina Bernardes) Texto Anterior: Família deve deixar ponte em SP Próximo Texto: Shopping terá fumódromo a partir de 2ª Índice |
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