São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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Juros começam a cair nas lojas do varejo

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes redes do varejo começam a baixar as taxas de juros do crédito ao consumidor.
A partir da próxima segunda-feira, dia 15 de janeiro, a Loja Cem, reduz em até 2,5 pontos percentuais os juros do crediário de curto prazo, em até seis vezes.
"Queremos ser mais competitivos nos planos mais curtos e manter as vendas na segunda quinzena do mês, quando se encerram as promoções", diz Giácomo Dalla Vecchia, diretor comercial, da rede Cem com 56 lojas espalhadas pelo interior do Estado de São Paulo e sul de Minas Gerais.
Ele explica que o corte nos juros será escalonado. Isto é, de acordo com o número de prestações de cada plano.
Exemplo: na compra para pagamento em 30 dias, o consumidor paga hoje juros de 5,9% ao mês. A partir de segunda-feira, a taxa cai para 3,4%. Em seis pagamentos o recuo na taxa é menor: de 8,9% para 7,5% ao mês.
Para o crediário em nove vezes, porém, a a empresa mantém os juros de 9% ao mês.
Segundo Dalla Vecchia, objetivo de reduzir os juros é atrair a clientela.
Porque, na sua avaliação, ainda é mais interessante para o comerciante investir no seu próprio negócio, ao emprestar dinheiro com taxas mais baixas, do que aplicar no mercado financeiro.
O Ponto Frio -que vende em até 11 prestações com juros de 8,5% ao mês- e a rede Bernasconi, do interior paulista, que tem planos de até 10 vezes com juros de 9% ao mês, informam que, por enquanto, ainda estudam corte nos juros.
Vitório Bernasconi, diretor da rede com 25 no interior do Estado de São Paulo que levam seu sobrenome, diz a decisão depende da redução das taxas por parte das financeiras.
"Não vamos ficar de fora das taxas de mercado", diz Marco Antonio de Bello, diretor do Ponto Frio.
Na sua avaliação, se houver chance para reduzir os juros, as vendas serão alavancadas, diz.
Samuel Klein, presidente da Casas Bahia, diz que mantém os juros de 9% ao mês no crediário em 11 vezes mês até o dia 31.
Segundo ele, qualquer alteração vai depender das mudanças taxas das financeiras.
Manoel de Oliveira Franco, presidente da Acrefi, reúne as financeiras, diz que a tendência é de os juros baixarem, mas em um ritmo mais lento do que o verificado entre agosto do ano passado e hoje.
"Até junho a taxa vai estar em um patamar mais baixo. A queda depende muito da redução dos juros por parte do Banco Central", diz Franco.

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