São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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Gás em carros afeta Proálcool

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O incentivo ao uso do gás natural como combustível vai prejudicar o Proálcool (Programa Nacional do Álcool).
A Folha apurou junto a técnicos do Ministério da Indústria e do Comércio que a utilização do gás vai reduzir a demanda por álcool combustível, afetando o emprego das usinas do produto.
O Palácio do Planalto não consultou o ministério sobre a viabilidade do gás natural. A ministra Dorothea Werneck só foi comunicada oficialmente da decisão do governo quando recebeu convite para participar da assinatura do decreto que autoriza o uso do gás em carros particulares.
Até agora, o gás só podia ser usado em veículos comerciais: táxis, frotas, ônibus e caminhões.
No final do ano passado, o governo criou a Comissão Interministerial do Álcool -com sete ministérios- e decidiu revitalizar a produção do combustível.
Desde dezembro, cinco grupos técnicos estão discutindo questões sobre tecnologia, meio ambiente, financiamentos, regionalização e tarifas.
A produção de gás natural está concentrada na Bacia de Campos (RJ) e é explorada pela Petrobrás. Agora o país terá de importar gás da Bolívia e da Argentina.
A indústria do álcool tem 11 milhões de fornecedores de cana no país. Eles representam 1,2 milhão de empregos diretos. Só em São Paulo, o setor movimenta US$ 6 bilhões por ano.
O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou ontem o decreto, em cerimônia realizada pela manhã no Palácio do Planalto.
Na prática, a medida vai beneficiar imediatamente as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Natal, Aracaju e Salvador, onde já existem postos de revenda do gás.

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