São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Craques podem salvar times do interior
GUILHERME BUSCH
Com problemas financeiros, os clubes têm no poder de atração que os craques exercem sobre o público a maior esperança de boas rendas -para pagamento em dia de salários e bichos. Com isso, começam mal. Perseguem uma trilogia aparentemente inatingível: terminar longe do rebaixamento, com boas rendas em seus estádios e com uma grande revelação, tipo Souza ou Amoroso, para ser negociada posteriormente. É difícil acreditar em sucesso, pelo seguinte: 1) As três últimas equipes serão rebaixadas e ficarão longe dos grandes em 97; 2) As rendas, em geral, são condicionadas a boas campanhas, que parecem distantes, sem investimentos e trabalhos de pré-temporada e contratações; 3) As atrações especiais, que levam o povo aos estádios, vão visitar cada cidade do interior apenas uma vez. Jogos sem grandes craques e com o time em baixa não atraem público. Sobra, da trilogia, a esperança de haver em cada clube uma grande promessa, um novo Giovanni. E isso, só o tempo e a tabela do Paulista vão poder dizer. * Com essa dependência dos pequenos em relação aos grandes clubes, surge um questionamento sobre idéias como a do jornalista Juca Kfouri, que propõe o campeonato regional em segundo plano para, em benefício dos grandes clubes, um campeonato nacional mais longo. Seria o fim das possibilidades de voltarmos a lapidar um Souza, um Rivaldo ou um Raí, por exemplo. * Guarani de Campinas e Rio Branco de Americana são os times do interior com melhores perspectivas no Paulista. O Guarani, quietinho, montou um belo time. Se desfez de dois craques -Luizão e Djalminha-, mas terá o maestro Amoroso de volta. A seu lado, o vigor de Fábio Augusto e a experiência de Alberto e Adil compõem o cérebro da equipe. Atrás, o goleiro Léo e o zagueiro Carlinhos, da seleção olímpica, prometem segurar as pontas. Na frente, o oportunismo do jovem Adalberto, um dos artilheiros do Bragantino no último Brasileiro. No Rio Branco, vice-campeão paulista de juniores, foram contratados 11 jogadores, que se somam à base de jovens como Sinha, Marcos Assunção e Marcelinho. O Mogi Mirim, com a boa base de 95, pode surpreender. Os demais, me parece, serão coadjuvantes. * Fica a impressão de que o Botafogo de Ribeirão Preto será um time marcado devido ao caso da "fita do suborno". É preciso um certo cuidado e uma boa dose de imparcialidade da imprensa, de torcedores e dos árbitros ao tratar do clube. Hoje excepcionalmente deixamos de publicar a coluna de Matinas Suzuki Jr. Texto Anterior: Chedid 'investe' para o Brasileiro Próximo Texto: Queda-de-braço Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |