São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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A rainha falou

JUCA KFOURI

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deu uma reveladora entrevista ao "Jornal do Brasil" no domingo passado. A rainha da Inglaterra não teria feito melhor.
Teixeira, ao iniciar seu sétimo ano de mandato, promete um "simpósio", na a primeira quinzena de março, para "mudar o calendário, organizar grandes competições, jogos mais rentáveis". Numa palavra: reconhece que, como está, não pode continuar.
O discurso é o mesmo que fazia antes de ser eleito pela primeira vez, com apoio até de Pelé, e lá se vão sete anos.
Sete anos de absoluta imobilidade, só cuidando de permanecer no posto e dar uma grande reviravolta na sua situação pessoal.
Ele defende que o calendário brasileiro acompanhe o europeu, organizado em temporadas que começam num ano e acabam no outro. É louvável, mesmo que tarde. Espanta, apenas, que tenha demorado tanto para ver o óbvio.
Mas, como dizem que são sete anos de tempestades e sete de bonança, acreditemos, eternos otimistas que somos.
O presidente reconhece que exerce um cargo meramente simbólico, que reina, mas não manda. "A CBF foi derrotada na sua proposta aos clubes para o Campeonato Brasileiro de 95", admite o que todos já sabiam. Sem comando, ele não teve nem autoridade nem habilidade nem competência para exercer a liderança que dele se esperava.
E não se diga, o que seria até louvável, que a derrota da CBF tenha sido fruto de uma gestão democrática.
Ao contrário, Teixeira, seguindo o modelo do sogro, João Havelange, gosta de dizer que "na CBF, mando eu".
Mas, como se vê, não manda, apenas se equilibra para ficar no posto.
*
O dono da Sportpro, Sérgio Magri, tenta justificar: "Os problemas de quem comprou franquias da escolinha de futebol do São Paulo são do tempo em que a empresa se chamava ProSport e era de propriedade de Heraldo Evans, que também me deu uma rasteira".
O fato é que o São Paulo não nega que haja problemas e a Sportpro se queixa de não conseguir conversar com o clube.
Seria bom, para não prejudicar uma boa idéia, que as partes se entendessem.
*
Viva o Botafogo que manteve a dupla Túlio/Donizete.
Mas que ficou uma enorme sensação de pura jogada de marketing, lá isso ficou.

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