São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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Ecstasy faz dez anos na cena club

MARCELO DE SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ecstasy completa dez anos de vida. A pílula -inicialmente chamada de "droga do amor"- ajudou a impulsionar a cena club nos EUA e Europa (sobretudo na Inglaterra, Alemanha e Holanda). Associada à house music e ao ritmo acelerado do tecno, o Ecstasy começa a aparecer também no Brasil -a maior apreensão no país foi feita em setembro do ano passado, quando 998 pílulas foram encontradas em São Paulo.
Com a morte de uma garota de 18 anos no Reino Unido em novembro último -com causas associadas ao consumo da droga-, ao mesmo tempo em que o Ecstasy ganhava capa na "The Face", a discussão se acendeu.
O "buzz" cresce com a publicação de "Ecstasy and the Dance Culture", do escritor inglês Nicholas Saunders, 57. Com seu segundo livro sobre o tema, Saunders se torna uma espécie de guru do Ecstasy.
Suas opiniões polêmicas (ele chega a dizer que tomar Ecstasy é mais seguro que pescar) e seus estudos sérios estão disponíveis na Internet. Acompanhe hoje e no próximo sábado um raio X da droga, seus efeitos e riscos, bem como sua relação com o funcionamento da cena club.
O principal elemento ativo do Ecstasy é o MDMA (metilenodioximetanfetamina), substância sintética criada em laboratório na Alemanha em 1913.
Em 1940, o MDMA passou a ser usado, sem sucesso, no tratamento de mal de Parkinson. Na década de 70, era receitado como antidepressivo. A partir de 85 passou a ser usado como "droga recreativa" -como ainda hoje é classificada nos EUA-, com o nome comercial de Ecstasy.
Ao ingerir o Ecstasy, a produção de serotonina aumenta consideravelmente, levando a pessoa a se sentir bem disposta por cerca de oito horas.

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