São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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Informação inverídica; Injustiça; Decisão injusta; Alma lavada; Dedo na ferida; Frustração; Boas festas

Informação inverídica
"O seu jornal publicou em sua edição do dia 7 de janeiro de 1996 uma informação inverídica a respeito de nosso grupo. O sr. André Lévy-Lang, presidente do Conselho de Administração do Paribas, não está e nunca esteve sob nenhum regime de prisão. Ele está simplesmente sendo interrogado pela Justiça francesa, que busca saber se o nosso presidente estava a par de operações de 'portage' organizadas por uma das filiais do Grupo Paribas, Ciments Français. Nosso presidente continua exercendo todas as suas funções à frente do Grupo Paribas, com todo o apoio de seu Conselho de Administração."
Alain Bou‰do, representante-geral para o Brasil do Banque Paribas (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia seção Erramos abaixo.

Injustiça
"O artigo 'Dinheiro fácil', de Valdo Cruz, publicado em 11/1 à pág. 1-2 da Folha, comete uma grande injustiça contra toda uma categoria profissional, a dos publicitários. A história contada no início soa como um exagero de quem contou. É lamentável que nesses gabinetes ainda se coloquem pessoas que, como reconhece o articulista, 'são neófitas em questões do ramo' e acham que toda remuneração por trabalho deve ser vil ou inexistente. O que consola os profissionais é que, nesse mesmo exemplar da Folha de 11/1, no mesmo caderno, à página 10, há uma reportagem sobre um folheto criado diretamente pelo Ministério de Agricultura, cujo texto viola a Constituição Federal, que veta publicidade pessoal de autoridades ('Governo lança folhetos pró-FHC'). É por isso, sr. Valdo Cruz, que o governo precisa de agências de publicidade. É exatamente para evitar o amadorismo que resulta do trabalho feito por 'neófitos nas questões do ramo'."
Humberto Alves Mendes, superintendente da Abap -Associação Brasileira de Agências de Propaganda (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Valdo Cruz - A pergunta que se faz então é por que as agências cobram 20% do governo e da iniciativa privada chegam a pedir comissão só de 8%?

Decisão injusta
"Nós, povos indígenas, estamos nos dirigindo à sociedade civil organizada, às autoridades que estão ao lado do nosso direito constitucional, para dizer a todos que estamos muito sofridos com o decreto do presidente de 9/1, uma decisão injusta e desumana contra a demarcação das nossas terras indígenas. Nossos antepassados sofreram muito. Muitos e muitos foram mortos, nossas terras foram invadidas, tomadas, nossos costumes destruídos. Nós queremos, nós exigimos, nós precisamos do respeito aos nossos direitos originais, que são os nossos direitos constitucionais. Não aceitamos esse decreto que é totalmente contra nós e a favor dos invasores."
Francisco Alves Teixeira, cacique do povo Tapeba (Caucaia, CE), e Francisco Marques do Nascimento, cacique do povo Tremembé de Almofala/Varjota (Itarema, CE)

Alma lavada
"A reserva de competência do jornal, a sua linha de frente intelectual, parece que pisou na bola. Fiquei espantado ao ver a defesa ao direito da Universal à concessão de TV após o vídeo das falcatruas. Mas depois lavou a alma o artigo de João Sayad (8/1). Tinha pensado que, a valer o raciocínio dos articulistas, teríamos de defender concessões de TV para todas as organizações mafiosas, de traficantes, sonegadores, ao bicho. No fundo, o perigo é a atitude de jornalistas que ficam com as posturas politicamente corretas. Por isso, com a razão o amigo que não acreditava que o vídeo pudesse mudar o nível de adesão àquela igreja enquanto a adesão aos bancos escolares continuar em baixa. João Sayad pode até parar de escrever e ficar com a consciência tranquila, pois sufocou o disparate dos articulistas."
Giacomo Corte (São Paulo, SP)

Dedo na ferida
"O ombudsman encerrou o ano pondo o dedo na ferida. Muito boa a análise dos pecados capitais da imprensa. Parabéns. Atuei profissionalmente em Brasília. Assisti, então, ao conluio mídia/burocracia/corporativismo/políticos. Hoje, vê-se que está pior. É um nojo. Acabou a reportagem."
Vicente Dianezi Filho (São Paulo, SP)
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"Comecei o ano muito bem ao ler 'Sete pecados capitais', artigo que revela senso crítico, inteligência e muita sensibilidade."
Mário Albanese (São Paulo, SP)

Frustração
"Leitor e admirador da Folha por muitos anos, achei-me frustrado ao ler a coluna de Otavio Frias Filho de 4/1. Abusando de seu poder no jornal e da lógica impunidade que tem, chama Sigmund Freud de 'charlatão de Viena'. Freud foi um dos grandes do século, existem sérias instituições psicanalíticas no mundo e no Brasil que seguem o pensamento freudiano. Entendo que é possível não concordar com os pensamentos de quem quer que for porém isso não autoriza o insulto. Esse homem foi tão honesto que, quando ainda em vida foram publicadas suas obras completas, não permitiu que se omitissem os trabalhos que ele próprio considerou posteriormente errados. Existe o direito humano de discordar porém considero um abuso de autoridade as qualificações humilhantes das idéias com as quais não concordamos."
Mauricio Knobel, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas -Unicamp (Campinas, SP)
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"Apesar de aplaudir o artigo de Otavio Frias Filho 'Freud está morto?' não concordo com a inclusão da ioga no contexto onde se apresenta. Vejo com tristeza que mais uma vez, e como é usual no Ocidente, a ioga é malconhecida e mal-interpretada, sendo usada por pessoas inescrupulosas que acabam por dar azo a comentários como o de Otavio Frias Filho acerca de Freud, Jung e esoterismo. A ioga nada mais é do que um grande ansiolítico que se serve da respiração lenta e pausada para nos ensinar a lidar com nossas compulsões obsessivas e inconscientes, que utiliza técnicas de concentração para nos auxiliar a silenciar o discurso mental tagarela e improdutivo, do relaxamento e das posturas que nada mais são do que grandes 'puxões' no nosso sistema neuro-muscular. Sou instrutora de ioga há muitos anos e tenho insistido com o maior empenho em ensinar essa ciência milenar, tão simples, tão sábia e tão atual, apenas como um coadjuvante para que possamos nos manter sadios, corpo e mente, e nunca como um subterfúgio alienante e supersticioso como ela é conhecida no Ocidente."
Myriam Facchini Chohfi (São Paulo, SP)

Boas festas
A Folha retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Francisco Tapia, presidente do Centro de Recuperação Humana Dr. Ramão Gomes Portão (Jaguaré, SP); Afanasio Jazadji, deputado estadual pelo PFL (São Paulo, SP); CSW Express (São Paulo, SP); João Fernandes Móre, presidente da Câmara Municipal de Marília (Marília, SP); Waleska Mendoza (Corumbá, MS); SPMJ Comunicações (São Paulo, SP).

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