São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996 |
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Largados no caminho; O tempo urge; Melando o processo; Única chance; Coincidências; Modelo; Presente japonês; Ienes sobrando; No ar; Afago; Soldo paralelo; Pós-Sivam; Palavra oficial; Aumentando; Pura coincidência; Transparência 1; Transparência 2 Largados no caminho O governo tentará sustentar o apoio dos prefeitos, como Maluf, à emenda da reeleição. Mas, no fim, há grande chance de ela só favorecer FHC e os governadores. Tudo indica que só poderá ser votada no Senado tarde demais. O tempo urge Se a comissão sobre a reeleição for instalada logo após o início da sessão ordinária do Congresso, em 15 de fevereiro, a emenda -respeitados os prazos regimentais- só seria votada no Senado em junho, às vésperas do recesso. Melando o processo A eventual aprovação da reeleição após o prazo de convenções partidárias e de desincompatibilização vai gerar uma avalanche de ações na Justiça contra o direito de os atuais prefeitos entrarem no meio de uma disputa em marcha. Única chance Luiz Carlos Santos (PMDB), o líder do governo na Câmara, pede cuidado no tema reeleição. "É a emenda mais complicada para operar e não se pode errar aí. Não tem segunda vez", aconselha. Coincidências O governo depende do PPB catarinense para aprovar o Sivam. Primeiro foi Amin, defensor do projeto no Senado. Agora é a vez do catarinense Adhemar Ghisi, relator do caso no TCU. Ele era filiado ao PPR (que virou PPB). Modelo Apesar de o relator do Sivam no TCU ser catarinense, há quem preveja que seu relatório sobre o caso será bem mineiro: o suficiente para não negar totalmente as suspeitas levantadas pelo próprio tribunal nem para confirmá-las. Presente japonês FHC viajará no fim de março ao Japão e deve voltar com um trunfo valioso: um pacote de financiamentos do governo japonês para o Brasil que somam mais de US$ 1 bi. O dinheiro vai para várias regiões, entre elas o Nordeste. Ienes sobrando Executivos de empresas japonesas no Brasil dizem que o governo poderia conseguir até três vezes mais do que os cerca de R$ 1 bi que FHC deve obter no Japão -desde que tivesse havido um trabalho intenso de preparação. No ar Líder nas pesquisas para a prefeitura, Francisco Rossi (PDT) quer montar uma chapa de vereadores em São Paulo com vários radialistas e homens de TV. As negociações estão quase no final. Afago Peemedebistas mais próximos de FHC sugeriram ao presidente um pronunciamento claro sobre a necessidade do apoio do partido. A tática do afago tem o objetivo de evitar o surgimento de um novo bolsão de descontentamento. Soldo paralelo O governo achou meios de melhorar o ganho dos militares além da MP do aumento temporário. Em 95, pagou US$ 120 milhões de ajuda de custo a militares removidos. Numa remoção, o militar recebe até três salários a mais. Pós-Sivam O gasto com remoções de militares em 95 foi 37,4% maior do que foi em 94. O grosso da despesa foi no 2º semestre: US$ 82 milhões -213% a mais do que no 1º semestre de 95 e 460% a mais do que no 2º semestre de 94. Palavra oficial Secretário do Tesouro, Murilo Portugal nega que o aumento das ajudas de custo tenha tido como objetivo engordar o soldo militar. Aumentando O Orçamento de 96 prevê despesa de R$ 413 milhões com movimentação de militares. Dela, além da ajuda de custo, constam gastos com transporte, alimentação e auxílio moradia. Mas não inclui deslocamento de tropas. Pura coincidência Horas após Serra ter sido acusado de atender mal os parlamentares pelos líderes, a Caixa Econômica enviou convite a deputados para assinatura de contratos do Pró-Moradia "com a presença do ministro do Planejamento". Transparência 1 O Congresso pode ficar mais perto do Primeiro Mundo. Por sugestão de Paulo Bernardo (PT), o Prodasen está analisando a possibilidade técnica de colocar o Orçamento da União à disposição do público através da Internet. Transparência 2 Para concretizar a proposta de tornar público o acesso ao Orçamento via rede mundial de computadores, o Congresso precisará aprovar um projeto de resolução. A decisão depende de Luís Eduardo (Câmara) e Sarney (Senado). TIROTEIO De Delfim Netto (PPB-SP), sobre a crise de relacionamento de FHC e sua bancada de sustentação no Congresso: - O Fernando Henrique acendeu a crise ao falar para alguns interlocutores sobre uma hipotética reforma ministerial. Quando os partidos viram que não ia ter bolo para fatiar, acabou a crise. Próximo Texto: Feijoada completa Índice |
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