São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Filho famoso de governador se diz 'aliviado'

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Guel Arraes, 42, diretor da série da Rede Globo "Comédia da Vida Privada", diz sentir "um certo alívio" ao saber que "alguém da família" mantém o "mesmo sentimento" de seu pai, o governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), em relação à política.
A presença de Campos no governo, afirma Guel, "de certa forma, elimina um sentimento de culpa que tinha por não estar envolvido com a política".
"A relação entre eles é uma bela novela", comparou. "Meu pai tem dez filhos, mas foi com o Eduardo que surgiu essa afinidade", diz. "Foi uma coisa espontânea, que aconteceu naturalmente."
Guel diz, contudo, que não há como afirmar que Campos vem sendo tratado como o herdeiro do político que governa Pernambuco pela terceira vez e é tratado como mito no interior do Estado.
"Essa é uma visão de quem está de fora", afirmou. "É mesmo como numa novela: todos que assistem pensam no final que querem ver", declarou. "Se meu pai quisesse forçar um herdeiro político, escolheria um dos filhos."
Segundo o diretor, que tem o nome do pai -Miguel Arraes de Alencar Filho-, a ligação entre o governador e o neto começou há cerca de 15 anos, quando Arraes retornou do exílio.
"Em 82, Eduardo já participava de campanha", lembra. Quatro anos depois, foi a vez de o próprio Guel colaborar para a eleição do pai ao governo, trabalhando na elaboração dos programas eleitorais.
"Colaborei dentro do possível", disse o diretor. "Meu trabalho na campanha foi um acerto de contas interior, mítico, ético, contra minha ausência política nesses anos todos", afirmou.
Guel admite ter ainda hoje uma "visão idealista" da política. Ele acha que Arraes também é, ainda, um político idealista. "Ele é daqueles que acreditam que fazer política é fazer o bem à população."

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