São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cartões de crédito devem crescer 30%

DA REPORTAGEM LOCAL

As administradoras de cartão de crédito estão otimistas com as perspectivas para este ano.
O setor deve aumentar em 30% seu faturamento anual, passando de estimados US$ 22 bilhões em 1995 para US$ 28,6 bilhões este ano, prevê Nilton Volpi, presidente da Abecs (associação das administradoras).
A base de portadores de cartões deverá crescer de 14,5 milhões para 17,4 milhões até dezembro, estima o executivo -um otimista.
"Será um bom ano, pois o governo liberou o financiamento rotativo (cliente paga 50% da fatura no vencimento) e os clientes inadimplentes serão mais comedidos em suas compras."
Segundo Volpi, a inadimplência média dos portadores chegou ao pico de 5,5% do faturamento no ano passado, mas recuou nos últimos meses para 2,5%. Ao longo do primeiro semestre, esse número deve voltar ao percentual histórico, de 1%, aposta Volpi.
Além de um comportamento mais responsável por parte dos consumidores, o ano deve ser marcado por uma utilização cada vez mais ampla dos cartões, em substituição ao dinheiro e ao cheque.
Em relação aos "produtos" oferecidos, devem crescer os chamados cartões "co-brands", em que as administradoras são meras processadoras das transações e as receitas ficam para as instituições emissoras (companhias aéreas, montadoras de veículos etc).
O presidente da Abecs estima que já circulam cerca de 500 mil desses cartões. Na Credicard, cerca de 30% dos 1,8 milhão de novos cartões emitidos no ano passado foram desse tipo.
Em 1995, a empresa afirmou ter tido seu melhor desempenho em 25 anos de existência. Atingiu a marca de 6,1 milhões de cartões de crédito e de 11 milhões de cartões de débito (da Rede Shop, administrada pela Credicard).
Seus cartões responderam por 140 milhões de transações em 260 mil estabelecimentos, num total de gastos de US$ 9 bilhões (109% acima do faturamento de 1994).
A pujança da Credicard deverá ser desafiada nos próximos anos, pois a companhia deixará de contar com a proteção do contrato de exclusividade que tem com a Mastercard, segundo a Folha apurou.
A rede Visa, maior concorrente da Credicard no Brasil e líder mundial do mercado de cartões, com 423 milhões de cartões em junho de 1995, espera a quebra da exclusividade para vender seus "plásticos" na rede dos bancos associados à Credicard.

Texto Anterior: Quem tem previdência privada paga menos IR
Próximo Texto: A 'Real Inquisição'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.