São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Espanha discute redução da jornada

DO "EL PAÍS"

A eficácia de partilhar o trabalho para criar mais empregos, experiência adotada em vários países da Europa, como Alemanha e França, está provocando muitas discussões na Espanha.
Os defensores afirmam que, para que as empresas reduzam a jornada de trabalho sem que haja uma queda na produção, precisam aumentar o quadro de pessoal.
Dizem também que a fórmula permite uma estrutura empresarial mais flexível e uma maior adaptação às exigências do mercado.
Há diferentes variações da proposta de partilha do tempo de trabalho, afirma Fernando Moreno, diretor do sindicato CEOE.
"Fala-se da diminuição da jornada, da redução ou supressão das horas extras, do aumento do período de férias e do incentivo ao trabalho de meio período", diz.
"Não é possível criar uma fórmula universal, uma lei de repartição do trabalho. Isso deve acontecer via negociação coletiva."
Os sindicatos apóiam a negociação. A Confederação Européia de Sindicatos defende a iniciativa para lutar contra o desemprego.
"É uma medida necessária. Com o crescimento econômico previsível, não vamos ser capazes de absorver a interrupção existente", diz Antonio Ferrer, da UGT.
A eficácia da partilha na criação de empregos será maior quanto maior for a empresa. Em setores com mão-de-obra muito qualificada e relativamente escassa, ela pode supor aumentos salariais, mas não criação de mais empregos.
As conclusões são da Conferência Internacional sobre a Repartição do Trabalho, organizada pelo Conselho de Justiça, Economia, Trabalho e Assistência Social do governo basco, no ano passado.

Tradução de Lise Aron

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