São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Regra nova faz F-1 quebrar mais

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Como pode quebrar um carro que custa milhões de dólares, que envolve centenas de pessoas em sua construção, que conta com as mais avançadas tecnologias e que é guiado por um sujeito que ganha só para fazer isso?
Tal paradoxo, maravilhas da mecânica sucumbindo por causa de um parafuso, se explica apenas por um motivo: a Fórmula 1 é um esporte.
A Folha destrinchou todas as corridas de 1960 a 1995. O levantamento revela uma regra simples. Quanto mais disputado o campeonato, mais abandonos.
Nesses 36 anos -os anos 50 não entraram no estudo por falta de dados-, a média de abandonos foi de 38,5%. Ou seja, em um grid de 26 carros, 10 falharam em chegar ao final da corrida.
As duas "piores" temporadas do período foram as de 68 e 86. Quase metade dos carros quebrou.
Na verdade, 68 foi a primeira manifestação do revolucionário motor Ford Cosworth. A fabricante norte-americana inaugurou então a era profissional da F-1.
Em 86, outro apogeu ocorreu, o da era turbo. Em uma das mais disputadas temporadas de todos os tempos, quatro pilotos (Prost, Mansell, Piquet e Senna) e três equipes se bateram pelos títulos de pilotos e construtores.
Também duas temporadas registraram a menor taxa de quebras, 30%. Foram os anos de 62 e 93.
Os anos 60 eram outros tempos. Os pneus chegavam a durar quatro corridas. A exceção que confirma a regra, de fato, é 93. A bordo de um Williams com suspensão ativa, Prost não precisou se esforçar para obter o tetracampeonato.
Como nesse caso, a F-1 viu seus carros quebrarem menos nas temporadas em que o domínio ficou limitado a um ou dois times.
As duas últimas temporadas, porém, foram contra essa rotina. Mas tiveram um motivo forte: as alterações no regulamento.
A média de quebras subiu para 37% em 95, quando os motores caíram de 3.500 cc a 3.000 cc.

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