São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Socialista é favorito hoje em Portugal

JAIR RATTNER
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LISBOA

Os portugueses votam hoje para escolher seu próximo presidente da República. São 8,5 milhões de eleitores que vão decidir quem vai substituir Mário Soares: o socialista Jorge Sampaio ou Aníbal Cavaco Silva, do Partido Social-Democrata, de centro-direita.
As últimas pesquisas dão vantagem a Sampaio. Na sexta-feira, o semanário "O Independente" desafiou a proibição de publicar pesquisas na última semana antes das eleições para apresentar os resultados de uma sondagem: 53,1% para Sampaio contra 39,9% para Cavaco. O jornal deverá pagar uma multa de US$ 60 mil dólares.
A campanha eleitoral terminou na noite de sexta-feira, com comícios dos dois candidatos no centro de Lisboa, separados por uma distância de 100 metros. Foi o dia de maior tensão, com aparato policial e grades nas ruas.
Para os eleitores, a decisão de voto foi tomada por eliminação. "Vou votar não pelo que Sampaio é, mas porque ele representa a oposição ao Cavaco", afirmou a escriturária Eugênia Ventura.
Como o cargo não tem poder para resolver os problemas do dia-a-dia dos portugueses -o presidente apenas representa o país no exterior, veta leis e pode dissolver o Parlamento- a campanha foi morna, baseando-se apenas no passado dos candidatos. Nem Cavaco nem Sampaio apresentaram propostas claras sobre o que vão fazer na Presidência.
Os dois afirmaram que iam ser o presidente de todos os portugueses, independentes dos partidos. Cavaco até repetiu o gesto de Mário Soares de 1985, devolvendo seu cartão de militante partidário.
A campanha foi atrapalhada por chuvas, que provocaram as maiores cheias do país dos últimos 26 anos. Para garantir a presença nos comícios, os dois candidatos deixaram de distribuir santinhos e passaram a dar capas de chuva.
Ontem, a véspera da eleição, é considerada pela legislação eleitoral portuguesa como um dia de reflexão, em que é proibido fazer campanha. Também é contra a lei fazer boca de urna.

Texto Anterior: Para 47%, Hillary cometeu ato ilegal; Irã planejava matar embaixador, diz TV; Papa pede fim dos testes nucleares; França investiga oito por onda de ataques; Carta-bomba fere mulher no Texas; Egito condena seis à morte por conspiração
Próximo Texto: Comunistas desistem
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.