São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Fiesp de fim-de-semana

A 30 km de Parati, Laranjeiras é local de difícil acesso, para o carro ou para o bolso
Não é para simples mortais. O mais exclusivo dos refúgios do litoral brasileiro fica já depois da divisa com o Estado do Rio e em área irreconhecível para quem passa desavisado pela Rio-Santos.
Situado a 30 km da cidade de Parati (RJ), próximo à praia de Trindade, o Condomínio Laranjeiras é conhecido por ser o preferido das famílias mais tradicionais e abrigo paradisíaco para titulares de algumas das maiores fortunas de São Paulo.
No local, protegidas pela geografia, que impede a aproximação de visitantes indesejados, predominam residências espaçosas com projetos arquitetônicos arrojados, que procuram tirar proveito da privacidade e da exuberante paisagem.
A discrição que seus habitantes de veraneio tanto procuravam foi interrompida em 1993, quando o lugar serviu como base para as equipes da Marinha e Aeronáutica que procuravam em vão o corpo desaparecido -em um acidente de helicóptero- do deputado Ulysses Guimarães.
Além de suas 108 casas, quadras de tênis, campo de golfe e um porto para pequenas embarcações, o que atraiu membros das famílias Ermírio de Morais, Maluf, Chamas (produtores de laranja) e Camargo (da construtora Camargo Corrêa) para o condomínio foi a paisagem e a segurança em toda a área.
Como resultado, o Laranjeiras ganhou o apelido, pelos pescadores locais, de "reunião de fim-de-semana da Fiesp", uma referência à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, entidade que congrega o empresariado paulista.
Nos fins-de-semana prolongados, é comum a existência de uma contínua "ponte área" de helicópteros que posam e decolam com destino a São Paulo.
Os lotes no condomínio são avaliados numa faixa que vai de US$ 150 mil a US$ 600 mil, a depender da proximidade com o mar, do tamanho e das condições do terreno.
Em 1994, moradores chegaram a se organizar para comprar em grupo os 21 lotes vazios restantes no condomínio e manter suas características de refúgio exclusivo dos "happy few".

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