São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Preço de carro importado sobe este ano

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova política industrial para o setor automotivo, ao contrário do que parece, não deve baratear os carros importados.
A medida reduz a alíquota de importação de 70% para 35% para importadoras com fábrica no Brasil (GM, Fiat, Ford e Volks) e para importadoras que já confirmaram a instalação de uma linha de montagem no país. Entre elas, Asia, Honda, Hyundai, Mercedes-Benz e Renault.
Os preços devem se manter e, em alguns casos, está previsto aumento de até 5%.
Na teoria, os preços teriam de cair por conta dessa redução de 50% na tarifa de importação.
"Mas como os preços praticados hoje já são calculados com alíquota em torno dos 30%, não dá para avaliar para onde devem ir os preços com a nova alíquota", diz Emilio Julianeli, presidente da Abeiva, a entidade que reúne os importadores de veículos sem fábrica no Brasil.
Mauri Misaglia, presidente da Abrac, a associação das concessionárias Chevrolet, diz que "como os preços praticados hoje são promocionais, não dá para falar em redução de preço".
Além disso, os carros disponíveis no mercado são modelo 95. A partir de abril, o consumidor terá à disposição a linha 96, que traz pequenas atualizações estéticas.
Portanto, quem estiver esperando a chegada da linha 96 para pagar menos, pode se frustrar.
Em 96, as montadoras nacionais privilegiarão a produção e reduzirão sensivelmente a importação.
Segundo Giovanni Razelli, 51, superintendente da Fiat, a empresa deverá importar 7.000 carros este ano -em 95, foram 80 mil.
O Tipo já está sendo produzido aqui desde dezembro, e o Fiesta ganha nacionalidade brasileira a partir de abril.
As versões 2.0 e 16 válvulas do Tipo também deixaram de ser importadas, mas ainda há um estoque de 4.000 unidades no mercado. A Fiat não descarta a possibilidade de produzir essas versões aqui.
A Volkswagen e a GM também têm planos de fabricar seus médios (Golf e Astra) no Brasil a partir de 97. Em 96, os dois modelos continuam como carros-chefes no plano de importação das marcas.
Segundo previsões de concessionários VW, os carros importados da marca deverão sofrer um pequeno reajuste. "Mas se o preço subir muito, o consumidor não vai pagar", acredita Maier Gilbert, diretor da revenda Nova Geração.
A linha Alfa Romeo, importada pela Fiat, ganhará dois novos reforços. Em fevereiro, chega o 145, do tamanho do Tipo, e em março, a Fiat começa a vender o Spyder, um conversível de dois lugares.
Na Ford, a grande novidade importada é o novo Taurus (leia texto abaixo).
Cassio Pagliarini, gerente de vendas da Ford em São Paulo, confirmou que o preço do Taurus não vai mudar. O modelo deverá custar os mesmos US$ 43 mil.

LEIA MAIS
sobre importações em 96 na pág. 7-12.

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