São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 1996
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Genética pode identificar restos de herói dos EUA

Crânio pertenceu ao filósofo Thomas Paine, diz historiadora

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Australianos estão fazendo testes genéticos para determinar a autenticidade de um crânio que acreditam ter pertencido a Thomas Paine, um dos heróis da independência norte-americana.
A Universidade de Queensland revelou na última sexta-feira ter retirado um fragmento do crânio, propriedade de um casal de Sydney (Austrália).
Os cientistas pretendem comparar o material genético do crânio com o de supostos descendentes do filósofo do século 18.
A antropóloga Hazel Burgess, cujo marido John Burgess afirma ser descendente de Paine, afirmou ter comprado o crânio numa exposição de antiguidades de Sydney em 1988.
Segundo o vendedor, os restos haviam sido comprados em 1987 no País de Gales e pertenciam a Paine, que nasceu no Reino Unido e, segundo biógrafos, morreu em 1809 sem filhos.
Mas Burgess afirma ter evidências de que Paine foi o pai real do filho de um amigo, nascido em 1779. Ela diz conhecer três outras pessoas que afirmam descender de Paine.
"Acredito que o crânio deve ter um significado enorme para os americanos", afirmou Burgess, que participa do estudo na Universidade de Queensland.
O especialista em genética da universidade Ken Reed concorda com ela. "Se houver correspondência, será emocionante."
O projeto conta ainda com a participação do geneticista Tom Loy, cujo trabalho é mencionado no filme "Jurassic Park" (Parque dos Dinossauros).
Paine é autor dos clássicos "Os Direitos do Homem" e "A Idade da Razão". Historiadores consideram que seus panfletos inspiraram líderes da independência norte-americana e da Revolução Francesa.
Após ser secretário do Exterior no primeiro governo dos EUA, ele morreu na pobreza e foi enterrado nos fundos de uma casa em Nova York.
Seus restos foram exumados dez anos depois por um admirador britânico que planejava realizar as cerimônias fúnebres que faltaram ao primeiro enterro.
Segundo Burgess, que pesquisa o assunto em sua tese de doutorado sobre Paine na Universidade de Sydney, os restos do filósofo e político nunca voltaram a ser sepultados.

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