São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 1996 |
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Chico Science sai no 'New York Times'
ANTONINA LEMOS
Elogiada no Brasil, a banda começa a ter repercussão também no exterior. O jornal "The New York Times" e a revista "Spin", ambos dos EUA, aprovaram os brasileiros (leia texto ao lado). A novidade do som, a animação garantida nas apresentações e a agitação permanente dos integrantes fazem de Chico Science a grande atração brasileira deste festival. Como se não bastasse, os garotos de Recife ainda caíram nas graças de figuras como Gilberto Gil e Jorge Benjor. O sucesso não veio por acaso. Uma das criadoras do movimento mangue beat, o grupo mistura ritmos do maracatu com sons de guitarras. A Folha conversou com Chico Science na semana passada, enquanto ensaiavam para os shows e preparavam o novo disco: "Afrociberdelia". O álbum vai ser lançado em março. A rotina da banda tem sido pesada. Eles alugaram uma casa no Rio e passam cerca de 12 horas por dia trancados no estúdio. Isso tudo sem perder o bom humor. O nome do disco inclui três conceitos importantes da banda: "Maracatu, cibernética e psicodelia", explica Chico. Segundo ele, o disco funciona como uma continuação de "Da Lama Ao Caos". "Estamos amadurecendo nossos conceitos e nossas idéias. Continuamos a falar das coisas que vivemos e que nos preocupam. Queremos levar nossas idéias cada vez para mais longe", diz Chico. O que não quer dizer que o disco não apresente novidades. A banda está usando bateria em algumas músicas -não usavam antes- e Gil participa de uma faixa, "Macô", que eles já cantaram juntos. "A participação do Gil é uma coisa que eu não podia imaginar que aconteceria um dia. Tem um monte de coisa que acontece e eu falo: 'nossa!"' A produção do segundo disco é deles e de Eduardo Bid, amigo do grupo. "Agora que sabemos como funciona um estúdio, estamos fazendo um disco que é do nosso jeito, com a nossa cara", diz Chico. O grupo diz não se preocupar com as vendas. "Que diferença faz a gente vender 100 mil discos? É claro que é bom vender, mas também queremos fazer outras coisas." Carreira no exterior é uma delas. A banda fez uma turnê internacional no passado e, em maio, pretende se aventurar novamente pela Europa e pelos EUA. "Queremos trabalhar o disco da mesma maneira aqui e no exterior", diz Chico. Possibilidades não faltam. A banda tem convite para lançar "Afrociberdelia" pelo Luaka Bop (selo do ex-Talking Head David Byrne) e pensa até em tocar no Japão. "Isso significa que....", Chico interrompe. "Isso só significa que eu preciso aprender inglês." Texto Anterior: 'Black Crowes mantém vivo o espírito do rock' Próximo Texto: Grupo tira 7 em revista Índice |
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