São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 1996 |
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Garotos defendem bichos nas matinês
JOSÉ GERALDO COUTO
Na primeira, "Abençoai as Feras e as Crianças" (Record, 13h45), de Stanley Kramer, seis adolescentes meio desajustados (como todos os adolescentes saudáveis), acampados numa fazenda, criam um rebu com os adultos ao tentar impedir o abate de um rebanho de búfalos. Até aí, tudo bem. Mas as boas intenções de Kramer, como sempre, resvalam para a caretice e o oportunismo. A canção-título, que ficou famosa na voz dos Carpenters, resume o espírito do filme: é melosa e repetitiva. O tema juvenil-ecológico reaparece em "O Corcel Negro" (Globo, 15h30). Estréia na direção de Carroll Ballard, que depois faria "Os Lobos Não Choram", o filme foi um sucesso: teve até continuação e virou minissérie de TV. A história (extraída de romance infantil de Walter Farley) é inverossímil, mas envolvente: um garoto e um belíssimo cavalo negro sobrevivem a um naufrágio e vão parar numa ilha deserta. Tornam-se, evidentemente, amigos. Resgatados para a civilização, lutam juntos para que o garanhão seja campeão de corridas. Descontada a força visual de certas cenas -o naufrágio, as corridas-, o filme é, no fundo, uma grande xaropada sentimental e maniqueísta que se assenta num engodo básico: a idéia de que o cavalo, tanto quanto o menino, quer ser campeão. Ora, quem tem um mínimo de informação sabe que vencer uma competição comercial não é bem um valor almejado pelos quadrúpedes. O que eles querem, basicamente, como os búfalos de "Abençoai as Feras e as Crianças", é liberdade, sombra e água fresca. (JGC) Texto Anterior: "Rá-Tim-Bum" volta a ser exibido hoje Próximo Texto: 'El Mariachi' é cinema barato Índice |
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