São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996 |
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CUT atrapalhou, diz petista
DENISE MADUEÑO
Com o acordo, segundo ele, o presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu isolar a oposição e fazer com que o movimento sindical defenda a proposta do governo. * Folha - Por que o sr. está contra o acordo? Paulo Paim - Até por coerência. Se tenho uma luta contra a truculência de se fazer uma reforma na Previdência em dez meses tão complexa, envolvendo a vida de 130 milhões de brasileiros, não posso admitir que se faça um acordo em uma reunião de quatro horas, onde não se tem um único avanço com relação a atual legislação e ainda abre mão da aposentadoria por tempo de serviço. Folha - A CUT e PT vão para o confronto? Paim - É natural que haja desavenças entre o partido e a central em alguns pontos que ela entende que pode caminhar e o partido não. Vou torcer para que a Executiva não ratifique o acordo. Folha - O que o sr. vai fazer? Paim - Vamos fazer todo o tipo de obstrução na comissão especial, que analisa a emenda. Se a reforma é boa, por que não podemos votá-la no segundo semestre, antes das eleições municipais? Folha - A CUT atrapalhou? Paim - Atrapalhou. Ela tinha todo o direito de reunir com o governo, de negociar, de procurar construir um entendimento, mas nunca fechar um acordo sem falar com os aliados, com as oposições. Isso é tudo que o presidente Fernando Henrique Cardoso queria e não sabia como fazer acontecer: pegar o movimento sindical para defender sua proposta e isolar o problema da oposição. Folha - O presidente foi esperto? Paim - Temos que admitir que sim. Estamos tratando com um governo experiente e competente. Vão dizer que os que estão contra a reforma são os "xiitas" Texto Anterior: PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA Próximo Texto: Paratodos Índice |
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