São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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Sessão tem um início solene e termina em risco de agressão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A sessão oficial da supercomissão do Senado que analisa o Sivam e que terminou em bate-boca começou com um solene "senhores e senhoras parlamentares, declaro aberta a segunda reunião...". Cinco minutos depois, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) proibia Ivan Frota de falar.
"Aqui, ele (Frota) não vai fazer nenhuma ofensa a qualquer um dos senhores. A reunião está encerrada, com a retirada do brigadeiro", disse ACM.
Antes de começar o depoimento, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) mostrou a edição da "Tribuna da Imprensa" a Jefferson Peres.
A confusão começou com Peres lendo os trechos da entrevista de Frota ao jornal carioca.
O senador leu o trecho em que Frota defende a mobilização popular para reverter a intenção de o Senado aprovar o Sivam e conclui: "As Forças Armadas saberão tomar atitude adequada, no momento certo, como derradeiro baluarte em defesa da nacionalidade brasileira".
"Isso me parece uma esperança de golpe de Estado. Mas isso é subjetivo. V.Sa. pode nem ter tido essa intenção. Mais grave, parece-me, o outro trecho Sr. brigadeiro", disse Peres.
Em outro trecho da entrevista de Frota, o brigadeiro diz que o governo pode conseguir a aprovação do Sivam "comprando-os (parlamentares) com benesses e favorecimentos diversos".
ACM questiona Frota, e o brigadeiro diz: 'Não retiro uma palavra daquilo que disse (aplausos das galerias)".
ACM corta a palavra e responde que "a comissão não ouve quem pode ofender o Senado da República. O brigadeiro Ivan Frota não tem essa moral para acusar o Senado porque, como candidato à Presidência, barganhou votos. Isso aqui é uma farsa, e não me presto a essa farsa do brigadeiro Frota tentando conquistar votos que ele não teve nas urnas. Ou retira ou não fala! (pausa)".
Antes da sessão, Peres tinha mostrado o jornal a ACM, que sugeriu que Frota fosse questionado. Decidiu ali que Frota não falaria se a acusação fosse mantida.

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