São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996 |
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ACM arquitetou previamente reação a Frota
MARTA SALOMON
O senador arquitetou toda a reação às declarações de Frota de que o governo compraria votos para aprovar o contrato do Sivam minutos antes de dar início ao último depoimento da supercomissão. Informado por Jefferson Peres (PSDB-AM) sobre o "conteúdo grave" da entrevista de Frota, ACM recomendou que ele levantasse o assunto no início da sessão. "Eu já tinha decidido: se ele não retirasse a acusação, não falaria", contou ACM. Como Frota manteve o que dissera, completou o senador, "botei para fora". Por alguns minutos, ACM chegou a fazer suspense sobre o desfecho. Conteve a pressa do líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), e pediu a ele que permanecesse no plenário. "Vamos ter uma questão de ordem." Alvares deu razão a ACM. "Ele (Frota) foi pouco sensato", queixou-se o líder, que tentou barrar, na semana passada, a aprovação do pedido de depoimento do brigadeiro, proposto pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), adversário do Sivam. "Não aceito que venham me dizer que meu voto foi comprado", disse Alvares. No início da tarde, coube ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), armar a reação institucional às acusações de Frota. Depois de ouvir relato do corregedor do Senado, Romeu Tuma (PSL-SP), Sarney propôs que o senador processe Frota por injúria, calúnia e difamação. Pela avaliação no gabinete de Sarney, se o Senado não reagir imediatamente "à ofensa", sairá com a imagem arranhada. "Vamos ter de fazer uma interpelação judicial", adiantou Tuma. O Senado exigirá que Frota volte atrás ou aponte os senadores que teriam vendido o voto. Texto Anterior: Tumulto impede depoimento anti-Sivam Próximo Texto: Sessão tem um início solene e termina em risco de agressão Índice |
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