São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996![]() |
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China restringe informação econômica
JAIME SPITZCOVSKY
A agência estatal de notícias Xinhua vai passar a centralizar a divulgação de serviços das agências internacionais de notícias a clientes chineses, por "razões de segurança nacional". O decreto vai obrigar os bancos chineses, por exemplo, a recorrerem à Xinhua para obter informações sobre taxas de câmbio nos Estados Unidos ou cotações das Bolsas européias. O monopólio da Xinhua foi quebrado com a abertura pró-capitalismo iniciada em 1978. A agência busca agora recuperar seu mercado, pelo menos na área econômica. Mas além do aspecto de disputa por mercado, a medida revela preocupação do governo em tentar controlar informações sobre o mercado financeiro chinês. O texto do decreto fala em impedir divulgação de notícias que "prejudiquem a China". A iniciativa pode afastar investidores que vão desconfiar da manipulação de dados pelo governo. O mercado também pode ficar com um serviço de informação mais lento do que o oferecido hoje diretamente pelas empresas estrangeiras, como Reuters e Dow Jones-Telerate. Prazo As empresas estrangeiras dispõem de três meses para se registrarem junto à Xinhua. A agência Xinhua terá autonomia para decidir os preços que serão cobrados dos clientes chineses interessados em receber os serviços internacionais. O governo chinês, embora patrocine reformas pró-capitalistas, busca manter controle total do sistema político. Recentemente emitiu sinais de endurecimento, reflexo de temor sobre a instabilidade social. O governo teme instabilidade que possa ocorrer depois da morte do líder comunista Deng Xiaoping, 91. O rápido crescimento econômico gerou problemas como concentração de renda, desemprego e inflação. Texto Anterior: A César o que é de César Próximo Texto: Aumenta dívida argentina Índice |
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