São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
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FHC troca afagos com ministros do TCU

OLÍMPIO CRUZ NETO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a adotar a tática de afagar os eventuais criadores de problemas para o seu governo.
Depois de promover encontros com líderes do PMDB, que ensaiaram caminhar para a oposição, ontem foi a vez de agradar os ministros do TCU (Tribunal de Contas da União).
FHC esteve pela manhã na solenidade de abertura dos trabalhos do TCU, o órgão auxiliar do Congresso que vem apontando problemas na montagem do projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Relatório parcial do ministro Adhemar Ghisi apontou 18 irregularidades no projeto.
Em seu discurso, FHC não fez qualquer referência ao relatório e elogiou o "caráter democrático" da instituição.
"Os tribunais são fundamentais nesse processo, porque permitem um outro tipo de controle da sociedade, para verificar até que ponto aquilo que se inova corresponde, efetivamente, ao interesse mais profundo da nação, ou se foi simplesmente um modismo", disse.
O presidente do TCU, Marcos Villaça, saudou FHC afirmando que o tribunal acabou com as "paranóias do denuncismo vulgar". Citou ainda versos de Caetano Velloso: "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
O momento de maior descontração na solenidade ocorreu durante o discurso do interino na Procuradoria Geral da República, Jatir Batista da Cunha. Ele marcou seu pronunciamento elogiando FHC e arrancou sorrisos do presidente.
"Foi preciso que um sociólogo enfrentasse a questão da estabilização da economia para o obter o êxito sempre prometido, mas só agora alcançado. É o frango de 99 centavos o quilo que faz o boi gordo baixar de preço", disse.

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