São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
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Bolsa paulista tem novo dia de queda

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dólar, entrando. O ingresso supera as saídas registradas até ontem em US$ 1,45 bilhão.
As cotações, controladas pelo BC (Banco Central), ficaram praticamente estáveis. O comercial (exportações e importações) foi vendido a R$ 0,9722.
Bolsas realizando lucros (o investidor vende as ações e faz dinheiro), especialmente em Telebrás, que foi o carro-chefe da alta. A Bolsa paulista fechou com queda de 0,21%.
Nos juros, ao contrário do que esperavam muitos analistas, o mercado não ficou "furado".
Tanto que o BC até teve que tomar dinheiro emprestado à taxa-over de 3,4% -o que não teria feito se não sobrasse pelo menos R$ 500 milhões, estimam os analistas.
A taxa média do over (títulos públicos), de 3,41%, ficou abaixo do que projetava o CDI (títulos privados) no dia anterior.
O que acontece é que o fluxo é maior do que o estoque de dinheiro. E sobre o fluxo quase não se tem números precisos.
É fato que, para o atual nível de estabilidade, a base monetária (dinheiro em poder do público mais reservas bancárias) é ainda muito baixa -algo próximo de R$ 16,7 bilhões ou o equivalente a 10% da soma total do dinheiro e das aplicações no país.
Ela subiu menos por uma série de razões -uma delas, certamente, é o próprio compulsório. Muitas instituições para escapar dele, vinculam a conta corrente ao fundo de curto prazo, por exemplo.
Só o Tesouro, estima o mercado, gasta mensalmente algo próximo de R$ 6 bilhões, o equivalente a 35,9% do total da base. Mais. Fora o BC e o BB, ninguém sabe corretamente o fluxo de gastos.
Em suma, há um problema estrutural que explica essa aparente incapacidade de medir a liquidez. Quem tem apostado, até agora, provavelmente perdeu dinheiro.

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