São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996 |
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Comerciantes argentinos formam rede
DENISE CHRISPIM MARIN
A cadeia Dealer Supply foi viabilizada pela empresa de logística Kaliteknos em outubro de 95, mas deverá iniciar a campanha de oferta das mercadorias a preços mais baixos em março deste ano. A expectativa é de que esse "pool" de comerciantes feche o ano com faturamento de US$ 278 milhões. "A idéia é fazer com que o comerciante se converta em um negociador direto de mercadorias e dispense a figura do intermediário", disse Ricardo De Divitis, diretor da Dealer Supply. "De acordo com os nossos cálculos, os comércios obterão 10% mais de rentabilidade e poderão vender os produtos com preços 12% menores que os de mercado", completa. Em geral, os comerciantes argentinos impõem uma margem de lucros de 25% sobre o preço de compra das mercadorias. Basicamente, a Dealer Supply deverá passar por cima de intermediários e negociar, como cadeia, diretamente com os fornecedores nacionais e estrangeiros. Para dar suporte financeiro às compras, haverá apoio de cinco grandes bancos argentinos e do Citibank, que fornecerão cartas de crédito, garantidas pelos comerciantes associados. "Estamos, na verdade, nos agrupando para poder enfrentar com maior força a concorrência da Wal-Mart e do Carrefour", afirma De Divitis, referindo-se às redes varejista que desataram uma "guerra" de preços baixos no mercado argentino. Juntas, as 140 empresas de comércio que compõem a Dealer Supply reúnem 470 lojas de médio e grande portes -ou seja, com faturamento mensal que varia de US$ 200 mil a US$ 3 milhões. Elas concentram 25% do mercado total de eletrodomésticos, com maior força no interior do país. Em Buenos Aires, a participação da Dealer se resume a 5%, devido à concorrência de grandes cadeias varejistas. Apenas dez novos sócios poderão ser incorporados à cadeia e a escolha deles dependerá de sua localização geográfica. Embora a Kaliteknos administre a Dealer Supply, 100% de seu capital pertence exclusivamente aos comerciantes associados. Para entrar no grupo, cada associado desembolsou de US$ 5 mil a US$ 10 mil, conforme seu volume de vendas. A partir de março, também terão que pagar 1% sobre o total das vendas de produtos nacionais obtidos por meio da Dealer e 2% sobre importados. A Folha tentou contato com a Wal-Mart nos Estados Unidos mas não obteve retorno. No Carrefour da Argentina, recebeu a informação de que seus executivos somente atendem jornalistas locais. Cerca de 60% dos eletrodomésticos comercializados por meio da Dealer Supply deverão ser importadas. Deste percentual, 40% virá de países do Oriente, 35% da Europa e 20% do Brasil. O restante, dos Estados Unidos e Uruguai. No Brasil, a cadeia de comerciantes manterá negociações com fabricantes de geladerias, freezers e de algumas linhas de fogões e ventiladores. Os produtores argentinos deverão participar em 40% das compras da cadeia. Texto Anterior: Bolsa paulista tem novo dia de queda Próximo Texto: Tecnologia é desafio, afirma Dorothea Índice |
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