São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996 |
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Argentinos adoram vinho velho e pesado
JORGE CARRARA
Mas vale um conselho para quem planeja uma expedição ao reino de Baco no próximo pouso à beira do rio de la Plata. Os argentinos desenvolveram ao longo do tempo um certo gosto por vinhos muito envelhecidos, pesados e sem vivacidade. Só recentemente, a indústria, preocupada em exportar, mudou o estilo dos vinhos para satisfazer o mercado internacional, que prefere tintos e brancos jovens e frutados. Evite, portanto, velhas edições optando por safras mais recentes (sem ir além de 88 ou 89 para os tintos e 93 ou 94 para os brancos). Várias Províncias argentinas elaboram vinhos, mas os melhores, em geral, são os de Mendoza, no oeste, e os do vale de Cafayate, em Salta, mais ao norte. Entre as adegas mendocinas que merecem ser conferidas está a Casa Nieto e Senetiner, que produz belos tintos, como o Lujan de Cuyo Vendimia 91, um Malbec (variedade francesa que se adaptou bem na Argentina), bons Cabernet Sauvignon e, entre os brancos, Chardonnays equilibrados. Outra adega com bons goles é a Flichmann. Brilham os Caballero de la Cepa (um tinto Cabernet Sauvignon bem encorpado e um branco Chardonnay) e o Flichmann Syrah, tinto concentrado. Vale a pena também experimentar os vinhos de La Agrícola, Lagarde e Orfila -procure o Cabernet de las Reinas, um bom tinto afinado em carvalho francês. Já no capítulo dedicado a Salta, o destaque da Província são os brancos hiperperfumados de uva Torrontés, da qual tanto a Michel Torino como a Etchart (que também elabora agradáveis cabernets) têm bons exemplares. Na ala dos espumantes -muito apropriados, aliás, para os tórridos verões portenhos- há também boas pedidas como os Navarro Correas, o Brut da Santa Isabel ou o Henri Piper Brut de Brut, elaborado sob a supervisão da casa Piper Heidsieck, da França. Texto Anterior: Hotéis do centro têm preço honesto Próximo Texto: Frango à Kiev disputa espaço com a 'parilla' Índice |
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