São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Ministros do PSDB se consideram liberados para subir em palanques

MARTA SALOMON
FERNANDO RODRIGUES

MARTA SALOMON; FERNANDO RODRIGUES; SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros do PSDB se consideram liberados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para subir nos palanques da eleição municipal. O assunto foi debatido pela cúpula do partido do presidente, reunida no Palácio da Alvorada na noite de quinta-feira.
"O presidente não vai participar diretamente da campanha, mas disse que os ministros não precisam ser tolhidos", relatou o segundo-secretário do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM).
A orientação colhida pela direção tucana é oposta à divulgada pelo presidente do PMDB, Paes de Andrade, três dias antes, na condição de anfitrião de um almoço oferecido a FHC.
O PMDB -maior partido da base governista- não quer que os ministros tucanos peçam votos nas eleições municipais. Para os líderes do partido, ministro que sobe em palanque envolve a máquina pública na campanha.
"Isso (afastar os ministros do palanque) é o que o PMDB quer, mas nós não temos vergonha dos nossos ministros", disse a secretária-geral-interina do PSDB, Moema Santiago. "Imaginem o Sérgio Motta (Comunicações) e o José Serra (Planejamento) não participarem", completou.
Em Petrópolis, FHC disse, por meio de sua assessoria, que se limitou a anunciar ao PMDB e ao PSDB que não se envolveria com a campanha, sem impor um comportamento ao ministério.
A forma de participação de cada ministro não foi discutida no encontro do Alvorada que durou quase duas horas.
No encontro de anteontem, FHC debateu a estratégia traçada pelo PSDB para a eleição de prefeito. As urnas de outubro têm um papel fundamental no projeto tucano de permanecer no poder: é quando o partido pretende ampliar a base eleitoral para a eleição dos futuros governadores e para a sucessão presidencial, em 1998.
O PSDB vai concentrar a campanha nas capitais dos Estados e nos 300 maiores municípios do país. A estratégia leva em conta o fato de que metade do eleitorado nacional está concentrado em cerca de 250 municípios de Estados atualmente comandados por governadores tucanos.
As alianças com outros partidos aliados ao governo (PFL, PMDB, PTB e PPB) serão estimuladas, sempre que possível.

Colaborou SILVANA DE FREITAS, enviada especial a Petrópolis

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