São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996
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'Só desligo quando durmo', diz cardiologista

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Todas as quintas e sextas-feiras, quando dá plantão no hospital, a médica Angela Broglio Soraggi passa 24 horas fora de casa. Nos outros dias, ela e o marido -o pediatra Caetano Soraggi Neto- dividem o tempo entre hospitais, clínicas e consultórios.
Angela é cardiologista infantil e cuida de crianças em estado grave. É ela que comanda a casa e lembra o marido dos compromissos.
Por isso, desde que comprou o celular no ano passado, o aparelho não sai mais de sua bolsa."É a minha ponte entre meus pacientes e a minha casa", diz.
Na quinta-feira, entre um atendimento e outro, Angela apaziguou os dois filhos pequenos que brigavam em casa e passou receitas do jantar para a babá.
"Levo sempre três baterias comigo", diz Angela. "Só desligo quando estou dormindo."
Para a médica, o celular é tão necessário em algumas profissões que sua aquisição deveria ser facilitada. "Não tem sentido ficar esperando anos na fila", diz.
O cirurgião plástico Herbert Gauss foi um dos primeiros a adotar o celular em São Paulo. "Recebo de quatro a cinco telefonemas de pacientes todos os dias", afirma. Ele relata pelo menos uma situação onde o celular teria salvado uma de suas pacientes.
"Ela sofreu um acidente no banheiro e começou a sangrar pelo nariz. Eu estava em trânsito e ela me encontrou pelo celular. Pelo relato, percebi que estava tendo uma hemorragia interna. Alguns minutos mais e ela não teria forças para pedir ajuda."
Segundo o médico, ele reserva o celular apenas para receber chamadas.
(AB)

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