São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996
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Índia é mercado emergente com miséria e tecnologia

GILBERTO DIMENSTEIN
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI (ÍNDIA)

Ao chegar à Índia nesta semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso vai encontrar um país em ebulição, misturando o misticismo milenar, com suas 3.000 castas e 25.000 subcastas, 17 línguas e 2.000 dialetos, a integração do mercado mundial, com seus computadores, tênis ou celulares.
Chegam agora do Ocidente não mais jovens deslumbrados atrás da superação do desejo, ensinado do hinduísmo.
Mas executivos engravatados, frios e impacientes, decididos a estimular o desejo num país que, até o ano 2000, vai ter uma população de 1 bilhão de habitantes.
Sua classe média já é maior do que toda a população brasileira.
A Índia expande sua economia, aumenta as exportações e importações, vai deixando para trás os postulados, fixados por toda a dinastia política que veio de Mahatma Gandhi, de auto-suficiência, de desconfiança do estrangeiro.
Maior celeiro de miséria do planeta, a Índia também supera todos os países em números absolutos de PhDs -o que a transforma num centro produtor de software, reflexo de mão-de-obra qualificada.

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