São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996
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Economias em expansão absorvem exportações

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento econômico, os investimentos estrangeiros em indústrias de exportação e a mudança de hábitos de consumo no Sudeste Asiático explicam o crescimento das exportações brasileiras para a região.
A avaliação é de Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, empresa que exporta produtos alimentícios para o sudeste asiático.
O crescimento do comércio com a Ásia ocorre em ambos os sentidos, tanto na importação quanto na exportação.
Cada mercado tem uma característica. No caso do mercado japonês, o Brasil tem sido um exportador de minério de ferro, aço e de alimentos e tem sido importador de produtos de maior valor agregado, tais como veículos, máquinas e material eletroeletrônico.
Furlan diz que a mudança de hábitos de consumo, a chamada "ocidentalização" no mercado japonês representa uma ampliação das oportunidades para os exportadores brasileiros.
Hong Kong é outra área de grande importância em relação aos exportadores do Brasil. Hong Kong já é o quinto maior mercado para a Sadia.
"Exportamos produtos suínos e cortes de frango, com um valor anual entre US$ 20 e 30 milhões", diz.
Furlan, diretor titular de Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), diz que a abertura econômica no Brasil e a aceleração das reformas em muitos países asiáticos, agora mais recentemente no Vietnã e na Malásia, deve "alavancar negócios para os exportadores brasileiros".
Furlan destaca a potencialidade da China e a Índia para os produtores de bens de consumo e, principalmente, de alimentos industrializados.
"São os dois países mais populosos do mundo, juntos, com mais de dois bilhões de habitantes. Embora a renda per capita seja baixa, ela é crescente, o que significa que vai haver uma conversão da potencialidade para um efeito prático."
Por isso, diz Furlan, o Brasil precisa estimular as exportações porque o país não pode ignorar que está havendo uma rápida transformação nesses mercados.
"As reformas que o presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ao Congresso, se levadas a bom termo, vão aumentar a eficiência da economia brasileira e permitir que os exportadores aproveitem essas oportunidades no Sudeste asiático."
Giulio Lattes, diretor da Máquinas Cerâmicas Morando e diretor suplente do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp, diz que o empresariado brasileiro está com os "olhos postos" na Ásia.
A empresa de Lattes exporta máquinas para o Vietnã e Coréia.
(ACS)

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