São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996 |
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CNT aproveita polêmica religiosa na TV
ELAINE GUERINI
Emissora e entidade, no entanto, descartam a possibilidade de que a minissérie seja um contra-ataque católico a episódios envolvendo evangélicos -como o chute na imagem de Nossa Senhora Aparecida. "Reconheço que o momento seja propício", diz Flávio Martinez, 44, diretor artístico da CNT/Gazeta. A emissora vai exibir a minissérie na faixa das 20h e os lucros obtidos com publicidade serão divididos com a entidade. "Irmã Catarina" é a primeira produção católica de teledramaturgia a tratar de temas polêmicos. A idéia da associação é evangelizar abordando assuntos como drogas, aborto e corrupção. "A proposta é difundir valores cristãos hoje. E nada melhor do que entrar na ficção, já que o brasileiro é maníaco por novela", afirma Antonio Miguel Kater Filho, 46, diretor de produção e marketing da entidade. O diretor diz que, apesar do enfoque cristão, não se trata de uma produção "careta". "Ninguém vai fazer sermão. Só vamos mostrar que é possível resolver os problemas sem fugir dos princípios." "Irmã Catarina" conta a história de uma freira (Myrian Rios) que tenta ajudar os moradores de sua cidade. O texto é de Peter Orglmeister e a direção é de Atílio Riccó. "Quero mostrar que uma freira não precisa ser uma mulher feia e mal-amada. Catarina começa a namorar, como qualquer outra garota, mas acaba sentindo um chamado de Deus", conta Myrian. A minissérie foi gravada nos estúdios da associação, em Valinhos, e custou US$ 4.500. Com a exibição, a entidade espera alcançar uma média de oito pontos de audiência (cerca de 800 mil telespectadores na Grande São Paulo). No final do ano passado, a CNT/Gazeta exibiu duas outras produções da associação: a minissérie "A Verdadeira História de Papai Noel" e o especial de Natal "A Vinda do Messias" -a primeira produção registrou uma média de dois pontos de audiência, segundo o Ibope (cerca de 200 mil telespectadores). Segundo Kater Filho, o próximo passo da associação será a produção de uma novela, com 96 capítulos, sobre Santo Antonio. "Não dá para competir com 'Explode Coração', mas posso brigar com o 'Jornal Nacional"', diz. (EG) Texto Anterior: Audiência religiosa é baixa Próximo Texto: Atriz é católica carismática Índice |
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