São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
Próximo Texto | Índice

Hobby de cultivar orquídea vira negócio

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O cultivo de orquídeas no Brasil está deixando de ser um hobby para se tornar uma atividade profissional e rentável.
Na chácara de Edelcir Leite Soares, 36, em Santana do Parnaíba (40 km a oeste de São Paulo), as metas são a produção em grande escala e a pesquisa de espécies mais viáveis comercialmente.
Soares, formado em administração, iniciou o cultivo há três anos, em parceria com seu sogro, Ryusuke Shirozo, 60.
Hoje o orquidário conta com cerca de 200 mil plantas, de mil espécies diferentes, que ocupam 4.000 m² de estufas.
"Estamos produzindo entre 4.000 e 5.000 vasos por mês, o que proporciona faturamento bruto de R$ 20 mil", diz Soares.
Para acelerar a produção, ele implantou um viveiro com plantas em várias fases de crescimento, uma vez que cada uma leva entre 2,5 e seis anos para produzir as primeiras flores, dependendo da espécie.
Soares calcula que os investimentos em infra-estrutura e plantas já ultrapassaram os R$ 200 mil.
A produção em grande escala também é o objetivo de Nobuyuki Hiranaka, que cultiva orquídeas em Atibaia (SP) e Cambuí (MG).
Até 98, ele pretende produzir 35 mil vasos por mês, quase o triplo dos atuais 13 mil.
"Para isso, vamos ampliar a área de estufas de 45 mil m² para 60 mil m²", afirma.
Com uso de iluminação e adubação adequadas, transplante na época certa e por meio de cruzamentos, Hiranaka conseguiu reduzir o tempo de florescimento dos dendróbios (um dos gêneros de orquídeas) de quatro para dois anos.
"Se não nos profissionalizarmos, vamos perder espaço para os produtos importados", acredita.
Segundo Soares, os orquidófilos brasileiros ainda não conseguiram definir os custos de produção e a rentabilidade, pois só agora começam a encarar a atividade de forma profissional.
Os produtores vêm recebendo entre R$ 5 e R$ 15 por vaso, na venda para o atacado, valores que se baseiam nas cotações do mercado internacional.

Próximo Texto: Bromélia dura até 90 dias
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.