São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Líderes indígenas pedem ao governo alemão suspensão de verbas ao Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cinco índios líderes de entidades encaminharam ontem carta ao primeiro-ministro da Alemanha, Helmut Kohl, pedindo a suspensão temporária do convênio de US$ 20 milhões para demarcação de áreas indígenas no Brasil. Eles temem que o dinheiro seja usado para reduzir as terras indígenas.
A carta foi entregue na Embaixada da Alemanha, em Brasília, como parte da campanha contra o decreto 1.775 lançada por cem entidades que compõe o Capoib (Conselho de Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil). O decreto, de 8 de janeiro, permite a revisão dessas áreas.
Os recursos da Alemanha foram acertados dentro Programa Piloto para a Conservação de Florestas Tropicais do Brasil, criado em 1990 pelo G-7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo.
Em nota oficial, o embaixador alemão Claus-Juergen Duisberg afirmou que o novo decreto não deve prejudicar demarcação das áreas indígenas. Segundo a nota, "a Alemanha não pretende cancelar esse acordo e supõe que, na base do novo decreto 1.775, que revoga o decreto 22/1991, a demarcação das áreas indígenas continue sem interrupção".
O cônsul Dirk Rotenber, assessor da embaixada, disse à Folha que a Alemanha somente vai financiar a demarcação de áreas sem risco de serem revistas.

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