São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996 |
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The Cure entedia público em 2h15 de show
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Há um ano, os Rolling Stones encheram o Pacaembu e o Maracanã. Agora, para tentar não deixar a bola cair, a organização do festival trouxe o maior número de bandas do evento, atirou para vários lados e criou uma noite de reggae. Em São Paulo faltou público. O único show inesquecível foi o que juntou a dupla Jimmy Page e Robert Plant em torno do repertório do Led Zeppelin, diante de uma platéia de quase de 40 mil pessoas -o recorde nessa edição. O resto das apresentações, com muita boa vontade, esqueceremos no próximo final de semana. Na última noite, por exemplo, o Cure fez um concerto entediante de 2h15. Os fãs devem ter adorado, mas quem não gosta do som do grupo foi embora do estádio. Convidados por causa de um abaixo-assinado de 20 mil assinaturas, o Cure não deve ter reunido metade disso no fim do show. Mas, no quesito decepção, a noite de reggae foi campeã. Segundo os próprios organizadores, que esperavam uma platéia mais numerosa. Principalmente, porque a noite foi pedida em uma pesquisa de opinião. Em compensação, as bandas brasileiras fizeram bons concertos e chegaram a ganhar mais aplausos do que algumas estrangeiras. Bons vendedores de discos, Raimundos e Cidade Negra, mostraram que poderiam se apresentar depois de alguns estrangeiros. A reação do público comprovou que não tem sentido um grupo que vende 650 mil cópias como o Cidade Negra tocar antes de um que vende 5 mil, como o Aswad. Quem apostou no Supergrass e no Smashing Pumpkins como as surpresas do festival não perdeu dinheiro, mas não ganhou. Foram bons shows, que levantaram o público. A despeito da falta de pretensão -ou mediocridade, mesmo- dos garotos do Supergrass e das viagens de microfonia do Smashing -algo que já era chato quando novidade, há décadas atrás. Correndo por fora, White Zombie e The Black Crowes fizeram shows que empolgaram. Mas no local errado. Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Supergrass foi a revelação do festival Índice |
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