São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Hillary é intimada a depor para júri

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A primeira-dama dos EUA, Hillary Clinton, foi intimada a depor diante do júri federal que investiga o caso Whitewater. Seu depoimento foi marcado para sexta-feira.
Hillary terá de falar sobre a descoberta, na semana passada, de documentos requisitados à Casa Branca para investigações há dois anos. O governo dos EUA dizia que eles haviam desaparecido.
Antes da intimação, a primeira-dama havia se voluntariado a responder por escrito perguntas da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso.
A oferta foi feita por meio de carta do advogado particular do casal Clinton, David Kendall, ao presidente da CPI, o senador Alfonse D'Amato.
Na correspondência, Kendall lembra que a primeira-dama já prestou depoimentos por escrito à CPI e não encontra problema em voltar a fazê-lo. D'Amato ameaçava pedir para ela depor sobre os documentos descobertos.
Os documentos são recibos do escritório de advocacia Rose Law Firm, ao qual Hillary era associada na década de 80.
Eles podem indicar que a primeira-dama prestou mais serviços ao empresário James McDougal do que ela havia admitido antes.
McDougal era nos anos 80 o sócio dos Clinton no empreendimento imobiliário Whitewater, suspeito de diversas irregularidades. Ele também era o dono de um banco acusado de falência fraudulenta.
A firma de Hillary defendeu McDougal do processo por falência fraudulenta, mas a primeira-dama sempre alegou ter tido participação mínima nesse trabalho. Os recibos podem mostrar se ela mentiu ou não no caso.
O jornal sensacionalista "The National Enquirer", que goza de credibilidade mínima, noticiou ontem que Hillary está preparando seu divórcio do marido.
Diversas pesquisas de opinião pública mostram que a primeira-dama está com seus piores índices de popularidade desde o início do governo.
O instituto Gallup, que mede a popularidade das primeiras-damas desde Jacqueline Kennedy, registrou na semana passada o índice recorde de 51% de desaprovação pública a Hillary Clinton.
Antes, a pior marca de uma primeira-dama havia sido a de Nancy Reagan, em 1988 (31%).
A pesquisa mostra que 52% dos consultados acham que Hillary Clinton mente ao tratar do caso Whitewater, 68% dizem que ela fez algo ilegal ou antiético no episódio, e apenas 25% acreditam na sua total inocência no caso.

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